- Do Correio Braziliense - João Albuquerque, em João procura uma namorada: mais de 300 mil acessos.
O vídeo começa com a imagem caricata de um rapaz deitado na cama, de toalha, com uma rosa pendurada na orelha. Na tentativa de seduzir as moças de Brasília com bom humor, o estudante de publicidade e
morador da Asa Sul João Albuquerque, 18 anos, lançou na internet o filme João procura uma namorada, com 2 minutos e 3 segundos de duração. Ele passeia pela Asa Sul, corre no Parque da Cidade e se refresca com água engarrafada, sempre rindo do próprio arremedo de sensualidade. “Estou fora de todos os padrões de beleza e quis brincar com isso”, explicou.
Em uma semana, foram mais de 300 mil acessos e muitos comentários.
João tem cinco vídeos inusitados disponíveis no YouTube. Lançou um canal próprio na rede, o João trash show. Em outro filme, ele e um amigo fazem intervenções urbanas nas ruas de Brasília. Lutam boxe só de calção e luvas, em um semáforo da Asa Norte. Chamam a atenção de quem passa. O objetivo é espantar o tédio. Na semana passada, João recebeu convites de emissoras de TV e participou, em São Paulo, de programas de auditório.
Além de ser reconhecido na rua e ganhar elogios,ouviu críticas. “Quem se expõe na internet está disposto a ler todo tipo de comentário. Algumas pessoas levaram a sério, acharam que eu queria mesmo uma namorada com aquilo. Me chamaram de gordinho ridículo. Acho que não entenderam a ideia”, disse.
O estudante faz planos. Quer realizar o sonho de ser humorista profissional. “Sempre fui o engraçadinho da turma. Comecei usando isso como uma defesa, pois sempre fui muito zoado. Entrei na brincadeira e resolvi rir de mim mesmo.” Por enquanto, o único compromisso de João é fazer o público gargalhar. Para isso, ele conta com a ajuda de dois amigos: Diego Mota, 18 anos, o cinegrafista e diretor; e João Gabriel, 19, com quem contracena.
Jaguatiricas do Cerrado. Bonitas e perigosas
As Jaguatiricas do Cerrado.
A sensação do momento são as Jaguatiricas do Cerrado.
O grupo, formado por mulheres de Brasília lutadoras de kung fu, se inspirou em As Panteras (seriado de sucesso nos anos 1970). No roteiro, após sair de um bar, elas são atacadas por um malfeitor, vivido por Alcebíades Vilas Boas, também lutador, que termina derrotado.
A beleza das mulheres chama a atenção, assim como a habilidade delas para as artes marciais.
“Estávamos em uma festa e reparei que as meninas, além de serem belas, eram cheias de humor. Sou amante de filmes de luta que envolvem mulheres e adoro Brasília. Resolvi propor às meninas a criação de uma série de artes marciais. Optamos pelo lado do humor e caprichei na fotografia do filme”, relatou Helano Stuckert, o namorado de uma das Jaguatiricas, Patrícia Meschick.
As moças se conhecem há 15 anos. “Filmamos em um dia só. Era para ser uma brincadeira, também queríamos mostrar o kung fu. Teve um repercussão inesperada”, relatou uma das Jaguatiricas do Cerrado, Tayra Rudá, 28 anos, moradora do Plano Piloto.
O nome curioso — Jaguatiricas do Cerrado — surgiu em uma conversa entre as jovens e seus namorados. Falavam sobre As Panteras e alguém disse: “Vocês estão mais para jaguatiricas”. Foi a deixa: já contabilizaram mais de 350 mil acessos e muitos elogios. “Em breve, vamos postar o making off e, em seguida, outros capítulos da série”, adiantou Tayra, que no seriado virtual atende pelo nome de Tatty. Também integram o grupo Danny (Daniela Azevedo), a tatuadora; Polly (Paula Amidani), que na ficção luta de salto alto cor-de-rosa; Sammy (Samara Sampaio), a esportista; e Patty (Patricia Meschick), amante da natureza. A série terá mais episódios.
Sátira
Bruno Casto. Estilo Candango
Outro brasiliense que ficou famoso na web é o estudante de teatro
Bruno Castro, 21 anos — que aparece sem camisa no vídeo
Estilo candango, acessado por mais de 350 mil usuários. Ex-morador de Águas Claras, ele mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estuda artes cênicas. De lá, em maio, colocou na internet imagens nas quais imita os trejeitos de moradores do Distrito Federal.
Os tipos variam de acordo com a região administrativa. O personagem de Taguatinga gosta de sertanejo. O do Guará prefere reggae. O rapaz do Lago Sul curte música eletrônica, acompanhada de uísque e energético. Estereótipos à parte, o humor de Bruno (somado à sua boa aparência) conquistou seguidores nas redes sociais.
O sucesso foi tanto que Bruno lançou, no início deste mês, o curta Estilo candango 2, com direito a publicidade na abertura. Bruno volta a satirizar os tipos de brasilienses. Até sexta-feira passada, eram mais de 100 mil acessos. “Quando estava em Brasília, eu saía muito para todo lugar, ia para Taguatinga, ao Plano Piloto... Reparava nas diferenças entre os caras de cada região. As pessoas gostaram porque já perceberam também”, resumiu.
