- Da Agência Brasil /Folha.Uol - O tenente-coronel Cláudio Luiz Oliveira, que comandava o 22º Batalhão da Polícia Militar do Rio, na Maré (zona norte), foi exonerado do cargo nesta terça-feira. De acordo com a PM, o oficial está detido desde a madrugada na carceragem do Batalhão de Choque
Oliveira é suspeito de ser o mandante da morte da juíza Patrícia Acioli, que foi baleada quando chegava em sua casa, em Niterói (região metropolitana do Rio), no mês passado. Na época do assassinato, o oficial era comandante do 7º Batalhão, em São Gonçalo, cidade onde a juíza atuava.
Mais três militares suspeitos de envolvimento no crime estão presos : o tenente Daniel Santos Benitez Lopez e os cabos Sérgio da Costa Júnior e Jefferson de Araújo Miranda. A pedido do Ministério Público do Rio, eles foram transferidos na semana passada da Unidade Prisional da PM, em Benfica (zona norte), onde estavam detidos, para unidades separadas. O objetivo é evitar que combinem o que dizer nos depoimentos.
A suspeita sobre o tenente-coronel surgiu após depoimento de um dos policiais à Justiça. Ele acusou o ex-comandante de ser o mandante do crime.
Segundo a investigação feita até agora, a motivação do assassinato da juíza está relacionada à morte do jovem Diego Belini, 18, durante uma operação policial.Os envolvidos neste crime, lotados no Batalhão de São Gonçalo, eram investigados pela suspeita de terem forjado a morte de Belini como sendo "auto de resistência", como são classificadas pela PM as mortes de suspeitos em confrontos.
Além do tenente-coronel, outros cinco militares que atuavam no batalhão tiveram mandados de prisão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Niterói.A juíza Patrícia Acioli.
Os três PMs apontados como responsáveis pela morte da juíza Patrícia Acioli, morta há um mês, planejaram o crime em uma tentativa de evitar que a vítima decretasse a prisão do trio --que era acusado de matar um jovem--, de acordo com o delegado Felipe Ettore, da Divisão de Homicídios do Rio.
A prisão dos três PMs, no entanto, foi decretada por Acioli horas antes de sua morte.
No dia 11/8, a Justiça decretou a prisão do trio devido à suspeita de envolvimento na morte da juíza. Porém, o tenente Daniel dos Santos Benites e os cabos Sergio da Costa Junior e Jefferson de Araújo Miranda, todos lotados no 7º Batalhão (São Gonçalo), já estavam presos no BEP ( Batalhão Especial Prisional), em Benfica, zona norte, devido à decisão de Acioli.
Segundo o delegado, os PMs receberam no dia 11 a informação de que teriam a prisão decretada por participar da morte de Diego da Conceição Beliene, 18, em junho, no morro do Salgueiro, em São Gonçalo.
O crime tinha sido registrado na 72ª DP (São Gonçalo) como auto de resistência (morte em confronto com a polícia). No entanto, testemunhas afirmam que tratou-se de um assassinato.
O assassinato da juíza era uma tentativa de evitar a decisão, que eles não sabiam já estar oficializada.
Segundo Ettore, os policiais Junior e Benites aguardaram a magistrada sair do fórum de São Gonçalo e, a bordo de uma moto, seguiram Acioli até sua casa. Miranda se juntou ao grupo em momento não divulgado e participou da emboscada, segundo a polícia.
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INVESTIGAÇÃO
O inquérito aponta que o crime foi planejado um mês antes, quando Acioli expandiu o número de investigados pela morte de Diego Beliene, em junho. Eles preparam o crime a ser deflagrado quando tivessem a indicação de que teriam prisão declarada.
As investigações apontam que os três usaram um veículo do 12º Batalhão (Niterói) para analisar o bairro onde a juíza morava. Eles escolheram um carro sem GPS.
A polícia ainda não concluiu as investigações. Eles receberam a informação da advogada que os representava no processo. Ettore afirmou que não poderia ainda dizer se ela pode estar envolvida no crime.
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O CASOA juíza Patrícia Acioli foi assassinada com 21 tiros e, segundo a polícia, o crime foi planejado um mês antes. Poucas horas antes de ser assassinada, no dia 11 de agosto, a juíza havia decretado a prisão dos três PMs, que eram acusados pela morte de Belini.Para a polícia, os PMs tramaram a morte da juíza para tentar evitar a prisão, mas não sabiam que o decreto já havia sido expedido. O trio foi preso no dia seguinte ao assassinato da juíza, mas a investigação revelou a participação deles nos assassinatos do jovem e da juíza apenas um mês depois.