- Do G1 GO/TV Anhanguera - Vagas abertas na Casa de Prisão Provisória não foram suficientes
Polícia acredita que feriado prolongado vai agravar o problema.
As 130 vagas abertas este ano na Casa de Prisão Provisória (CPP) não foram suficientes para receber os presos, que acabam ficando nas delegacias. De acordo com a Polícia Civil, o número de detentos em algumas delegacias de Goiânia e Aparecida de Goiânia chega a ser dez vezes maior que a capacidade das celas.
Na semana passada, enquanto mais de 300 pessoas ocupavam celas em delegacias, a CPP disponibilizou 17 vagas. Com isso,
presos que deveriam passar de três a dez dias nas delegacias chegam a ficar até três meses.
Um caso extremo é o da Delegacia de Capturas que possui duas celas com 18 metros quadrados, cada uma. De acordo com a lei de execução penal, o espaço pode abrigar três pessoas, mas hoje é dividido por 62 presos, que ficam amontoados nas celas.
Os presos são obrigados a fazer revezamento para dormir. Um dos detentos relata que a primeira turma dorme das 22h às 3h, e a segunda, das 3h às 8h.
O espaço não tem sequer iluminação, as condições de higiene são precárias e, apertados, os presos dizem que chegam a sentir falta de ar.A situação se repete em outras delegacias. Na Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (
Denarc), 30 presos ocupam o espaço onde caberiam só três. Na Delegacia de Investigação Criminal
(Deic), 42 se espremem no espaço para seis pessoas.
O superintendente da Polícia Judiciária, Álvaro Cássio dos Santos, está preocupado com a chegada do feriado. Durante quatro dias a CPP vai ficar sem receber novos presos e a população carcerária nas delegacias vai crescer ainda mais. A orientação é que os delegados continuem prendendo. “Neste período, a CPP não recebe presos. Essa superlotação é um facilitador para fugas”, afirma Álvaro.