- Por Lilian Tahan/Correio Braziliense - A investigação da Polícia Civil que mantém o ex-deputado Júnior Brunelli (sem partido) preso desde domingo apresentou uma série de evidências demonstrando o suposto funcionamento fraudulento, em 2009, da
Associação de Assistência Social Monte das Oliveiras (AMO), comandada por familiares do ex-parlamentar.
Benedito Domingos, Bispo Renato e Jaqueline Roriz chegaram a apresentar recursos para a Associação de Júnior Brunelli.
Nesse mesmo ano, três colegas de Brunelli na Câmara Legislativa apresentaram emendas generosas à entidade acusada de desviar, pelo menos, R$ 1,7 milhão de dinheiro público. As sugestões ao orçamento que deveriam beneficiar a AMO partiram de Jaqueline Roriz (PMN), de Benedito Domingos (PP) e do ex-distrital Bispo Renato (PR). Juntos, eles pretendiam, a princípio, contemplar a associação com R$ 1,85 milhão.
Embora a AMO viesse de um histórico de repasses polpudos de 2005 a 2009, a torneira fechou em 2010, pouco depois de estourar a Operação Caixa de Pandora, em que Brunelli foi flagrado em vídeo recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa e rezando a “oração da propina”.
Após o escândalo, os três deputados que haviam apresentado recursos para a associação de Brunelli voltaram atrás. Entre março e julho de 2010, eles alteraram o primeiro destino das emendas. Com isso, a entidade acabou não recebendo nada. Em função da crise da Pandora, Brunelli precisou renunciar ao cargo para escapar de processo de cassação de mandato.