As infecções virais se estendem até o início das chuvas
A orientação é procurar um médico sempre que a febre durar mais de 48 horas
- Por Luiz Calcagno/Correio Braziliense - A comerciante Claydiane Monteiro, 30 anos, amanheceu noúltimo 1º, no pronto-socorro Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Havia mais de 24 horas que o filho, Carlos Henrique Silva, 9 anos estava com febre. Na sala de espera, ela encontrou outras crianças com sintomas semelhantes ao do seu filho.
Claydiane acredita que o menino possa ter pegado a doença do primo, que, dias antes, teve febre, mal-estar e dores no corpo. “O meu sobrinho teve a mesma coisa e parou no hospital. Como mãe, fico aflita”, desabafou.
Claydiane Monteiro levou o filho, Carlos Henrique ao Hmib: "Como mãe, fico aflita". Foto: Viola Júnior/CB-DA Press.
O empresário Raony Nascimento, 24 anos, com o pequeno Ruan Gabriel Dias do Nascimento, 2, também estava à espera de atendimento no Hmib. “Já têm três dias que ele sente febre, dor na garganta, moleza, e chora muito. Acho que ele pegou alguma virose dos amiguinhos da creche”, disse. Ilza da Penha, 35, moradora de Santo Antônio do Descoberto (GO), por sua vez, levou a filha, Ana Eduarda, 7, para o Hmib. “Ela sente febre, mal-estar e dor de estômago desde segunda-feira”, contou.
Pediatra e professor da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs),
Alexandre Nicolay explicou que casos como esses são comuns nesse período do ano.
O especialista alerta que a procura pelos prontos-socorros por conta de infecções virais cresce entre setembro e o início de novembro, e as crianças são as principais vítimas. No período de fevereiro a abril, a gripe é a doença que mais afeta as pessoas.“Agora, temos mais problemas gastrointestinais e respiratórios. ”, afirmou.
De acordo com o
infectologista Kleper Almeida, do Hospital Santa Lúcia, o mais provável é que sejam infecções por vírus da família Adenovirus, agentes infecciosos que se replicam de acordo com as estações do ano, ou seja, são sazonais. Ele explicou que, como as crianças ficam aglomeradas em salas de aula, o risco de contaminação é maior.
“Adultos e idosos também podem contrair esses organismos. Mas são doenças mais comuns em crianças, que têm menos imunidade.”