É preciso mais que vontade para salvar vidas sem receber um tostão. Deve ser uma vocação inata. Aquilo que chamam de dom.
- Por Ariadne Sakkis, do Correio Braziliense - Pelo menos, essa é a explicação de
Celso Ovídio Fonseca para continuar, todo santo dia, o trabalho de resgate voluntário a vítimas de acidentes ou violência urbana feito há 23 anos.
A missão não é só do funcionário aposentado do Departamento de Trânsito do DF, mas também de cada um dos 34 voluntários do grupo
Águia Uno.
Juntos, eles preenchem uma lacuna deixada pelo estado em Águas Lindas (GO), a cerca de 40km de Brasília.
Águas Lindas de Goiás, cidade de cerca de 165 mil habitantes, que cresce freneticamente sem ter resolvido os dilemas que a colocam entre as mais violentas do país, até hoje não tem uma unidade do Corpo de Bombeiros. Quando o socorro se faz necessário, as chamadas feitas às equipes de salvamento caem nos quartéis do DF. A depender do caso, a distância pode minguar as chances de sobrevivência das vítimas.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) nem sempre consegue fazer o atendimento. Exatamente por isso, Celso montou ali a base do Águia Uno.
“As pessoas não têm a quem recorrer aqui. Eu sabia que podia ajudar”, diz.