A Operação Sexto Mandamento, deflagrada em fevereiro do ano passado, colocou atrás das grades 19 policiais militares goianos acusados de integrar um grupo de extermínio no estado
- Por Saulo Araújo, do Correio Braziliense - A investigação conduzida pela Polícia Federal revelou que membros da corporação, inclusive de alta patente, executavam suspeitos com tiros na nuca e, mesmo assim, alegavam resistência da vítima.
Apesar do histórico de violência, os PMs ficaram pouco tempo na cadeia. Hoje, quase todos estão livres, na ativa e gozando de prestígio nos quartéis.
Há suspeitas de que um deles voltou a matar.
O ex-subcomandante da corporação em Goiás,
coronel Carlos César Macário, ganhou a liberdade após passar sete meses detido no Complexo Prisional de Campo Grande (MS), penitenciária para onde foram levados outros 16 detidos na operação da PF. O oficial saiu da cadeia em setembro de 2011 para assumir um cargo importante no setor de inteligência da força. Mesmo suspeito de fazer vista grossa para execuções sumárias, Macário continua influente. Não ocupa a chefia da unidade, mas exerce função nobre. Pelas mãos dele, passam todas as ações desenvolvidas pela tropa, como operações sigilosas e até estratégias de combate ao crime organizado.
O Tenente-coronel Ricardo Rocha comemora ao deixar a cadeia, no fim de novembro de 2011: o ex-comandante do batalhão de Formosa é suspeito de liderar a milícia em Goiás. Foto: Cristiano Borges/O Popular.
Apontado como líder da milícia instalada no estado vizinho ao DF, o
tenente-coronel Ricardo Rocha Batista trabalha atualmente no Comando de Apoio Logístico (CAL), departamento responsável por gerir o abastecimento de viaturas e controlar a distribuição de armas e munição.
Rocha é considerado pelo Ministério Público goiano e pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa de Goiás “o maior matador do Estado”.