Três pacientes morreram, em Campinas, após exame em hospital particular
Resultado divulgado pela Anvisa nesta quarta-feira não é conclusivo.
- Do G1 - Exame de sangue feito em três pacientes mortos após um procedimento de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz, em Campinas (SP), indicam uma alteração no fígado das vítimas.
O resultado, divulgado nesta quarta-feira (30) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não é conclusivo e nenhuma das suspeitas sobre a causa dos óbitos é descartada. Além disso, a interdição dos lotes de soro e contraste usados pelas vítimas na avaliação não será estendida para todo o Brasil.
De acordo com a gerente de Regulação e Controle Sanitário da Anvisa, Maria Ângela da Paz, os exames apontaram aumento da enzima transaminase, o que levanta a suspeita de alteração hepática. A rápida evolução da causa da morte também chama a atenção e é outro ponto em comum. Todos morreram cerca de 1h30 após a ressonância magnética.
"A causa toxicológica é a mais provável", ressaltou a gerente da agência. As outras possibilidades são falha humana, além da contaminação nos insumos ou equipamentos usados durante a ressonância magnética.A conclusão sobre o que causou os óbitos será possível após o resultado da perícia policial, laudos do
Instituto Médico Legal (IML), além dos testes feitos pelo
Instituto Adolfo Lutz nos remédios usados pelas três vítimas durante o exame.
Sem registrosDe acordo com a Anvisa, a interdição cautelar dos medicamentos usados no Hospital Vera Cruz ficará restrita ao estado São Paulo, pois não há registro sobre a distribuição dos mesmos lotes em outras regiões.
Pacientes morreram após exames em hospital de Campinas (Foto: Fernando Pacífico/G1).
O casoTrês pessoas morreram entre a tarde e a noite de segunda-feira após realizarem exames de ressonância magnética no
hospital particular Vera Cruz, em Campinas. A Vigilância em Saúde interditou o setor responsável pelo procedimento da unidade de saúde por tempo indeterminado.
Dois homens, de 36 e 39 anos, e uma mulher, de 25, morreram após parada cardiorrespiratória. No mesmo dia, segundo a assessoria do Hospital Vera Cruz, foram realizados outros 83 exames de ressonância, sendo que o contraste foi aplicado em 30 avaliações. Nestes casos não foram encontradas reações adversas.
As vítimas tinham situações clínicas diferentes e não foram diagnosticados com doenças em estágio avançado, segundo o diretor administrativo do Vera Cruz, Gustavo Carvalho. Após a constatação das mortes, a direção do hospital acionou a polícia. As salas e os materiais utilizados durante os procedimentos foram lacrados, de acordo com a direção da unidade.
Ainda segundo a direção do hospital, são realizados 2 mil exames por mês e nenhum registro de ocorrências desse tipo foi registrado na unidade. A unidade médica também informou que está colaborando com os órgãos competentes.