OAB-SP diz que Enem pode ser anulado por folha de respostas confusa
Da Folha de São PauloOs erros de impressão nas folhas de resposta e nas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) podem levar à anulação da prova, segundo a seção paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).Para o advogado Edson Bortolai, presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB-SP, a confusão na folha de respostas pode induzir o aluno ao erro. "Uma prova não pode ser considerada uma armadilha. O aluno não se preparou para esse tipo erro. Na minha opinião, a prova deveria ser anulada", disse.Ainda segundo Bortolai, os alunos que tiveram despesas com viagem e hotel e se sentirem prejudicados podem procurar o Ministério Público, que por sua vez pode entrar com pedido de ação coletiva para indenização em benefício de todos que realizaram o exame.Cerca de 4,6 milhões de estudantes se inscreveram para a prova, mas a abstenção ontem foi de 27% --3,4 milhões compareceram. No ano passado, quando a prova vazou e foi adiada, a abstenção chegou a 38% no primeiro dia.Após candidatos reclamarem dos erros, o governo afirmou que o aluno poderá pedir pelo site do Inep (www.inep.gov.br) para que a correção seja feita seguindo a ordem que preencheu.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação, Joaquim José Soares Neto, informou neste domingo (7) que não descarta a realização de uma nova prova para os alunos que se sentiram prejudicados com erros nos cadernos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste final de semana. "No limite, pode acontecer. Não posso descartar", afirmou.
Segundo Soares Neto, os problemas serão analisados individualmente. “Estamos levantando a dimensão do problema para resolver caso a caso.”Mais tarde, o Ministério da Educação divulgou nota no site oficial reafirmando que os alunos prejudicados "poderão ter nova chance". De acordo com o texto, o Inep vai receber os relatórios de aplicação das provas nos próximos dias. "Ficando comprovado que o direito dos estudantes foi prejudicado, [o Inep] estudará uma forma de reaplicar a prova", informou o MEC.
Soares Neto disse também que o órgão vai abrir na quarta-feira (10) uma página na internet para reclamações de estudantes que se sentiram prejudicados com os erros no caderno de respostas do primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O espaço funcionará até o dia 16.