Segundo ministro, não há relação entre falhas no Nordeste, Sul e DF
Ministério criou grupo para avaliar redes de transmissão e distribuição.
- Por Fábio Amato, doi G1 -O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quinta-feira (4) que as falhas no fornecimento de energia dos últimos dias aconteceram por “mera coincidência” e negou aumento na frequência dessas quedas.
“Foi uma mera coincidência. São episódios que lamentavelmente acontecem”, disse Lobão após reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em Brasília.
O grupo discutiu a falha que provocou, na quarta-feira (3), queda de energia em áreas das regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste – incluindo o Rio de Janeiro –, além dos estados de Rondônia e Acre.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o apagão foi ocasionado por um incêndio no transformador em uma subestação de Furnas, em Foz do Iguaçu.
No início da tarde desta quinta, um apagão atingiu diversas regiões do Distrito Federal. Há 10 dias o ministério já havia recebido reunião extraordinária para discutir queda de energia que afetou parte da população de 11 estados do Nordeste dois dias antes.
De acordo com Lobão, a falha no DF foi provocada por um incêndio que atingiu a rede da CEB, distribuidora de energia na região. Já apagão no Nordeste foi provocado por uma falha em uma subestação de Imperatriz (MA).
O ministro de Minas e Energia Edison Lobão.
Sistema bomLobão voltou a dizer que o sistema elétrico brasileiro é forte, “um dos melhores do mundo”, mas está sujeito a falhas.
“O nosso sistema é bom. Eu sempre disse isso. É firme, é forte. Mas está sujeito a incidentes dessa natureza”, disse o ministro. “Não podemos dar garantia absoluta de que nunca vai acontecer [falha], como acontece em outros lugares do mundo.”
De acordo com ele, as quedas de energia ocorrem “uma vez ou outra” mas, de maneira geral, o sistema elétrico atua “com grande firmeza.”
Apesar disso, Lobão informou que determinou a criação de um grupo de trabalho para avaliar o sistema de transmissão e distribuição do país. Segundo ele, essa medida busca garantir que o sistema elétrico brasileiro seja “cada vez mais confiável”.
Desligamento seletivoO diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou que os episódios dos últimos dias não podem ser classificados de apagão ou blackouts – que são falhas descontroladas e que atingem grandes regiões.
De acordo com ele, as quedas de energia provocadas pelas falhas em Imperatriz e em Foz do Iguaçu foram seletivas e controladas, feitas para “evitar um mal maior.”