O consultor de Dilma
24 de mai. de 2011
COMENTÁRIO Do blog de Ricardo Noblat
Lula desembarca, hoje, em Brasília para prestar um serviço de consultoria informal - a quem? A Dilma. Com ela e com senadores dos partidos da base de apoio ao governo, conversará sobre o Caso Palocci.
De fato, desde que desceu contrafeito a rampa do Palácio do Planalto em janeiro último, é isso preferencialmente que Lula tem feito - dar consultoria a Dilma.
Palestras?No intervalo do trabalho de consultoria.
Seria uma ofensa a presidente Dilma - e um exagero sem tamanho - dizer que Lula continua governando o país. Era tudo o que ele desejaria.Mas dizer que ele orienta Dilma em todas as suas necessidades, e que ela segue a maioria dos seus conselhos, não é exagero.Encontram-se às escondidas, vez por outra às claras, e se falam por telefone com assiduidade.
Compreensível.Foi Lula que elegeu Dilma. Sente-se responsável por seu êxito ou fracasso.
Ou melhor: por seu êxito.Se Dilma fracassar, Lula espera que não o culpem por isso. E estará pronto para sucedê-la e retomar o que vinha fazendo.
Em reportagem de Leandro Colon, publicada em O Estado de S. Paulo, Lula faz uma observação interessante sobre os primeiros meses de sua pupila no poder: "Está faltando uma Dilma no governo Dilma".
José Dirceu foi um chefe da Casa Civil mais preocupado com a política do que com a administração. Cedeu a vez a Dilma, a quem Lula delegou a tarefa de fazer o governo andar - e mais rápido.
A Casa Civil de Antonio Palocci está desidratada de parte de suas atribuições originais. Como Dilma não sabe e não gosta de fazer política, cabe a Palocci fazer.
Dilma tenta cuidar do resto. E o resto é tudo: de programas sociais ambiciosos como o que pretende erradicar a miséria no país a conceitos de campanhas de propaganda e desenhos de anúncios.
Ocorre que Dilma não pode ser a Dilma dela mesma. Tem que providenciar outra.É isso o que Lula notou.
O que Lula não dirá a Dilma: aproveite o momento, despache Palocci e escale para o lugar dele alguém que lembre a Dilma da Casa Civil.
Resolverá dois problemas com uma só tacada - o moral e o de gerência.
(Por esse conselho a presidente nada me deve.)
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