Pimenta Neves passa a noite sozinho em cela de delegacia em São Paulo
Advogada de defesa levou café da manhã para o jornalista; SAP ainda não confirma para onde ele será levado.
- Por Elaine Freires, da 'Estadão ESPN' - SÃO PAULO - O jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, condenado pela morte da ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, ficou sozinho em uma cela após se entregar à polícia na noite desta terça-feira, 24. Ele passou a noite andando de um lado para o outro dentro da cela que tem apenas colchonetes. Segundo José Carlos de Melo, delegado titular do 2° Distrito Policial, o jornalista está em uma cela de cerca de 5 m² e está em uma cela separada por questões de segurança.
Pimenta Neves recusou o café da manhã oferecido na delegacia, pão com manteiga e café com leite, e por volta das 9 horas da manhã, sua advogada, Maria José da Costa Ferreira, levou um café da manhã com frutas, frios, pães e suco. Ela não falou com a imprensa e disse que concederá entrevista no início da tarde.
Pimenta Neves negou que foi convencido a se entregar após a chegada dos policiais para prendê-lo. "Não precisou, eu estava esperando", disse ele enquanto entrava na sede da Divisão de Capturas da Polícia Civil, no centro. Indagado se está preparado para cumprir os 15 anos de prisão, respondeu apenas: "Sim, claro."
O jornalista deve ser transferido para um presídio ainda nesta quarta-feira, 25. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) disse que só irá informar para qual presídio ele será encaminhado quando começar a transferência. Neves foi transferido, às 23h30 de ontem, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no centro da capital paulista, para a carceragem do 2º DP, no Bom Retiro, no centro de São Paulo.
Após as possibilidades de recurso da defesa acabarem, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu ontem que Neves deve começar a cumprir a pena de 15 anos de reclusão em regime inicialmente fechado pelo assassinato de Sandra. O jornalista ficou detido entre setembro de 2000 e março de 2001.
O assassinato ocorreu em 20 de agosto de 2000, em um haras na cidade de Ibiúna, em São Paulo. Na época do crime, o casal tinha rompido um relacionamento de quase três anos. Os dois trabalharam no Estado. Pimenta foi diretor de redação e Sandra editora do caderno de Economia. Ela foi morta por dois tiros.