FUSÃO PÃO DE AÇÚCAR x CARREFOUR: Abilio Diniz contrata escritório de Márcio Thomaz Bastos
30 de jun. de 2011
- Do G1 -
O presidente do conselho de administração do grupo Pão de Açúcar, Abilio Diniz, contratou o advogado Márcio Thomaz Bastos para defender os interesses do empresário na proposta de fusão com o Carrefour.
O ex-ministro da Justiça do primeiro mandato do governo Lula deve defender o empresário brasileiro contra o grupo francês Casino, que afirma que a proposta de fusão foi elaborada em segredo e de forma ilegal.
Bastos disse que a sua atuação deverá se concentrar na área criminal. Ele confirmou que já atua como advogado do Pão de Açúcar e que foi convidado por Diniz para acompanhar os desdobramentos da proposta de fusão. “Atuarei na área criminal e também como consultor”, disse o advogado, sem dar mais detalhes.
Já o varejista Casino, concorrente do Carrefour, contratou no Brasil o escritório do advogado José Carlos Dias para defender os seus interesses na holding Wilkes, que aumentou seu capital na Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), do Grupo Pão de Açúcar, para 43,1%, segundo um comunicado divulgado nesta quinta-feira (30).
Dias foi ministro da Justiça na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, como Bastos, é um dos mais renomados advogados do país na área criminal.
Segundo o advogado, ele foi contratado para ajudar na avaliação jurídica das medidas a serem tomadas para preservar o contrato vigente entre o Casino e o Pão de Açúcar e com isso tentar impedir a operação de fusão com o Carrefour. “Por enquanto, estou só acompanhando, mas o caso pode ter aspectos criminais”, disse ao G1.
O Casino já tinha levado o caso à Câmara de arbitragem internacional, quando soube no mês passado que Diniz tinha procurado o Carrefour.
Diniz afirmou na quarta-feira que “não tem nada de ilegal” na proposta de fusão. “A companhia é uma companhia listada em bolsa aqui e nos Estados Unidos há 15 anos, não tem nada de ilegal. O que espero é que o Casino analise a proposta que ele recebeu com atenção, com cuidado e sem emoção. Isso aí ele vai gostar da proposta”, disse.
Para que a fusão seja concluída, ela precisa ser aprovada por todos os sócios em até 60 dias.
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