Marcha da Liberdade reúne 2500 pessoas na Avenida Paulista em São Paulo
Participantes caminharam pelos dois sentidos da via na tarde deste sábado.
Segundo organizadores, protesto pediu mais liberdade de expressão.
- Do G1 - Manifestantes chegam à Praça Oswaldo Cruz na noite deste sábado (Foto: Gustavo Petró/G1)
Os manifestantes encerraram oficialmente a Marcha da Liberdade por volta das 18h50 deste sábado (18) na Praça Oswaldo Cruz, no sentido Paraíso da Avenida Paulista. Entre 2 mil e 2,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, caminharam pelos dois sentidos da avenida em protesto que começou pouco depois das 16h. A PM diz que nenhuma ocorrência foi registrada durante o percurso e que não houve casos de manifestantes usando drogas.
"Não teve nenhum incidente e não identificamos nenhuma prática criminosa. Tudo transcorreu em ordem e em segurança. Nossa maior preocupação era com a possibilidade de atropelamentos e, felizmente, nada aconteceu", disse o major da PM Marcelo Pignatari, comandante da operação.Assista ao vídeo do SPTV/G1:
Centenas de PMs acompanharam a manifestação na avenida e em ruas próximas. A PM estima que 250 policiais, incluindo 30 em motos, fizeram a segurança no evento.A Marcha da Liberdade chegou a ocupar três das quatro faixas dos sentidos Paraíso e Consolação da Avenida Paulista nesta tarde. Os manifestantes também bloquearam, por alguns minutos, a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e a Rua Treze de Maio, que termina na Av. Paulista. O trânsito ficou complicado na região.Manifestantes sentaram para fazer protesto na Praça Oswaldo Cruz (Foto: Gustavo Petró/G1)
"Conseguimos o que queríamos com uma manifestação de rua pacífica que teve o bloqueio de ruas importantes como a Consolação e a Brigadeiro Luis Antônio", comenta Gabriela Moncau, de 22 anos, uma das organizadoras da atual marcha e também da Marcha da Maconha. "Não tivemos nenhum incidente". Ela disse que esperava menos pessoas neste sábado do que nas outras manifestações. A jovem garantiu que ninguém fumou maconha durante o evento. “Orientamos que as pessoas não usem substâncias ilícitas na marcha”.Danilo Bezerra guiava o 'tanque de guerra rosa daliberdade' em manifestação (Foto: Gustavo Petró/G1)Andando com um carrinho de supermercado enfeitado como um tanque rosa e com uma máscara de lutador mexicano estava Danilo Bezerra, 29 anos. "É o tanque de guerra rosa da liberdade", disse, explicando o que ele conduzia. "Estamos em guerra pela paz".Segundo a organização, a manifestação, além de apoiar o direito de se expressar, também pediu o fim do uso de armas letais ou não-letais pela Polícia Militar durante atos pacíficos. Alguns manifestantes usaram camisetas defendendo a descriminalização da maconha.Ao final da manifestação, já na Praça Oswaldo Cruz, os manifestantes anunciaram que uma nova Marcha da Maconha será realizada no dia 2 de julho e que, neste domingo (19), haverá um protesto contra a construção da Usina de Belo Monte. Ambos iniciarão no vão do Masp, na Av. Paulista.
O protesto começou por volta das 16h10. Os participantes deixaram o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e ocuparam três faixas da via, no sentido Consolação. Ao chegar na Praça do Ciclista, fizeram a volta e continuaram pelo sentido Paraíso, até a Praça Oswaldo Cruz.Ivan Mauro com seu cão Floquinho(Foto: Paulo Toledo Piza/G1)O artista plástico Ivan Mauro, de 44 anos, foi à marcha por outra causa: a proteção aos animais e ao meio ambiente. “Se as coisas continuarem assim, daqui uns 20 anos não terá mais ambiente”, disse. Em um triciclo, ele levava consigo seu cachorro Floquinho, com idade estimada em 2 anos. “Eu encontrei o Floquinho, que é poodle, abandonado na [Avenida] Nove de Julho, no ano passado, quando chovia bastante".Já o músico Antônio “Piauí Ecológico” (ele não quis revelar o sobrenome), de 47 anos, disse que não fuma maconha há mais de 20 anos. Ele, porém, é a favor da legalização por uma questão de segurança. “As pessoas me confundem com usuário e eu acabo tomando ‘enquadro’”, afirmou. “Se legalizarem, eu deixo de apanhar.”Músico Antônio 'Piauí Ecológico' é a favor da legalização da maconha (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
A Polícia Militar desistiu de levar a Tropa de Choque para a Marcha da Liberdade. A decisão vem após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter liberado as marchas da maconha, por considerá-las livre de manifestação do pensamento - e não apologia ao consumo de drogas.A PM também prometeu mudar a forma de abordagem a quem, eventualmente, fumar maconha ou fizer apologia ao uso ou ao tráfico de drogas durante a passeata - atos considerados crime. "Patrulhamento"De acordo com o Comandante de Policiamento da Capital, coronel Marcos Roberto Chaves, foi recomendado aos policiais que avaliem a situação: caso a repressão venha a causar tumulto, PMs deveriam apenas registrar o flagrante em foto ou vídeo e aguardar uma oportunidade mais segura para deter o infrator e levá-lo ao Distrito Policial.