- Por Tony Zucco - Uma das marcas do início do governo Arruda, no Distrito Federal foi a descentralização da administração dpo GDF, transferindo a sede para as instalações que eram utilizadas pela Polícia Militar do DF em Taguatinga.
Ao contrário do Palácio do Buriti, sede do governo do DF, as instalações eram simples e foram adaptadas a baixo custo e a toque de caixa para abrigar o gabinete do governador, secretarias e demais departamentos.
E ainda tinha amplo estacionamento.
O 'Buritinga', localizado em Taguatinga - DF.
Ou seja, gastou-se pouco, permitiu a agilizar as decisões do executivo e recebeu a aprovação da população, que passou a chamar o local de "Buritinga" (uma analogia entre o nome do Palácio do Buriti e Taguatinga).
Ao assumir o novo governo do PT, o "Buritinga" foi desativado, retornando às mãos PMDF, que ali alojou o quartel do comando da instituição.
Agora o blog do
Cláudio Humberto noticia que o governador do DF,
Agnelo Queiroz, bateu o martelo: vai ordenar o início da construção do novo 'Centro Administrativo' entre Taguatinga e Ceilândia, a 26 km de Brasília. A obra será tocada em parceria público-privada.
Ao contrário do "Buritinga" (que funcionava e atendia bem às necessidades da administração e, principalmente, do povo)
o governo pagará R$ 12,6 milhões mensais por vinte anos.
Dá um total de R$ 3.024.000.000,00.Advinhe que vai pagar a conta?
Fisicamente, o projeto do "Novo Buritinga" prevê a construção de 178 mil m2 em um terreno de 195 mil m2 (91,28% de área construída portanto, bem acima dos 40% previstos na legislação do DF): sendo dez prédios de três andares e quadro prédios de quinze.
Com a crise financeira, chegou-se a anunciar o cancelamento da obra, mas nesse mês voltou-se atrás.
Benesses financeiras
Porém, há um aspecto curioso desta grande obra: está orçada em R$420 milhões e planeja-se ser construída não com dinheiro público, mas sim ser uma espécie de leasing, onde a iniciativa privada bancaria sua construção e o governo distrital pagaria um aluguel de R$12,6 milhões ao mês durante 20 anos - passado este tempo, o conjunto pertenceria ao erário.
Caso a benevolência financeira estatal seja confirmada, os financiadores poderão lucrar ainda mais: na prática, a obra será financiada sem demandar um real da iniciativa privada: a cada mês, desses pouco mais de 2% repassados como juros, não mais que 1% deve regressar aos fundos do BNDES e o restante encontrará os fundos desses financiadores.
Mas não pára por aí: esses R$420 milhões serão pleiteados junto do BNDES.
Sem contar os lucros que as empreiteiras terão no momento da construção e em outras possibilidades advindas daí. Pelo menos obras públicas geram emprego e renda - aquecendo a economia.
Possibilidade fiscal
Essa foi uma forma muito astuta que o governador achou em construir obras de alto valor, adiar a dívida por um tempo muito maior que seu mandato sem comprometer-se com a Lei de Responsabilidade Fiscal (que diz que um governante não pode deixar dívidas ao próximo, além de outros dispositivos).
Sem dúvida, um novo caminho!