- Do Correio Braziliense e Agência Estado - Convocada via Facebook, a Marcha contra a Corrupção concentrou 25 mil participantes - muitos vestidos de preto e com narizes de palhaço - na Praça dos Três Poderes
A Marcha contra Corrupção andou por toda a Esplanada dos Ministérios. Foto: Rafaela Ceo/G1.
O número foi confirmado pela Polícia Militar do DF. Inicialmente marcada para 28 de agosto, a manifestação foi adiada para hoje (7/9), no mesmo horário do desfile cívico da independência.
A manifestação começou tímida na Catedral de Brasília, por volta de 9h, com duas mil pessoas, mas foi crescendo com a adesão de quem foi assistir ao desfile oficial do outro lado da rua. A marcha andou por toda a Esplanada, passou pela Praça dos Três Poderes, e terminou em frente ao Ministério da Justiça. "Nosso balanço é de pelo menos 25 mil pessoas, muita gente acabou aderindo", disse a major Ana Luiza, que faz parte do comando do efetivo da PM do DF no evento. Não houve incidentes.
Nariz de palhaço e determinação. A Marcha reuniu mais de 25 mil manifestantes. Foto: Rafaela Ceo/G1.
Vestidos de preto e com narizes de palhaço, os manifestantes levaram instrumentos, faixas e cartazes com frases de protesto. Evitou-se o uso de referências partidárias. "Voto secreto, não, eu quero ver a cara do ladrão", era um dos gritos em referência à recente absolvição, em votação secreta, da deputada Jaqueline Roriz pelos colegas de Câmara. Ela sofreu processo por ser flagrada, num vídeo, recebendo dinheiro vivo do esquema de corrupção no DF. "A absolvição dela foi o estopim para essa marcha", disse o estudante Marcos Maia, 18, um dos organizadores do protesto.
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A rede social Facebook foi a principal ferramenta de convocação do protesto, lembrou Luciana Kalil, 30, da organização da manifestação. Vestida de preto, a aposentada Alzerina Salles Pereira, 66, celebrou a marcha. "Aqui no Brasil o dinheiro sobra para poucos, enquanto muitos passam fome", disse.
O movimento ganhou força depois que a Câmara dos Deputados absolveu a parlamentar Jaqueline Roriz (PMN-DF), em 30 de agosto. Até então, conta a idealizadora da marcha, Luciana Kalil, 5 mil pessoas haviam confirmado presença no evento por meio da página criada no Facebook. Depois disso, 30 mil internautas afirmaram seu comprometimento, e o número de integrantes da comissão organizadora passou de cinco para 40.
"Criei esse evento nas redes sociais porque já estava farta de tanta corrupção. A absolvição da Jaqueline Roriz foi a gota d'água", comenta a profissional autônoma. Os participantes se concentraram por volta das 9h em frente ao Museu Nacional e marcharam na Esplanada, em uma pista paralela à do desfile. Ao chegar à bandeira, na Praça dos Três Poderes, cantaram o Hino Nacional.
"Não queremos atrapalhar o desfile nem causar confusão. Somos pacíficos e apartidários", enfatizou Francisco Zauer, que também integrou a organização da marcha.
Durante toda a caminhada, eles foram acompanhados por um carro de som cedido pela Associação dos Advogados de Brasília. Os protestos também foram contra o Voto Secreto no Congresso Nacional. Foto: Beto Barata/AE.
Servidores
Antes dessa concentração, já havia chegado à Esplanada um grupo de servidores para protestar contra as mais recentes denúncias envolvendo integrantes do governo federal. Vestidos de laranja, eles participam do núcleo Sérgio Buarque de Hollanda, o qual defende que as corrupções ativa e passiva sejam classificadas como crimes hediondos.
"Defendemos a educação fiscal. Muito dinheiro público vai pelo ralo por conta de desvios", comentou Rita Feliceti, 52 anos, servidora da Receita Federal. O grupo de que ela participa trouxe ainda 100 camisetas cor de laranja para vender durante o dia de manifestações populares.
Mais de 25 mil pessoas em Brasília, na Marcha Contra a Corrupção. Foto Sérgio Lima/Folhapress.
Organizado por meio de redes sociais na internet, o protesto atacou a absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), o voto secreto no Congresso, os recentes escândalos de corrupção no governo da presidente Dilma Rousseff, a aplicação da Lei da Ficha Limpa, e até o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.Manifestação em São Paulo
Manifestação em São Paulo. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress.
Na capital Paulista, cerca de 500 pessoas participaram de ato também contra a corrupção. Os manifestantes se concentraram no Masp e, segundo a Polícia Militar, não houve incidentes.