- Por Gelson Wamburg - A campanha publicitária sobre o plebiscito que vai definir se os paraenses querem ou não o desmembramento do Estado do Pará teve início no rádio e TV nas cidades do estado do Pará
O plebiscito será realizado no dia 11 de dezembro. Os eleitores do Pará deverão responder se aceitam a criação do Estado de Carajás (sul e sudeste do Pará) e se são a favor da criação de Tapajós (oeste).
A votação é consultiva e deverá ser aprovada na Câmara Federal e no Senado.
"A campanha começa soft”, analisa o economista e cientista político Roberto Corrêa.
As duas campanhas contra a divisão do Pará acabaram apelando para o emocional, de acordo com o especialista.
Na TV, o pontapé inicial da campanha foi o programa do “Não”, coordenado pelo marqueteiro paraense Orly Bezerra. Os pricipais argumentos foram sobre a perda de território do Estado, que com a divisão perderia 88% do território, se transformando em um “parazinho”, na definição da peça publicitária.
Uma das alegorias usadas foi a comparação do Estado do Pará a um tacacá, prato típico da região feito de jambú, camarão e tucupi.
“O Pará dividido seria um tacacá sem o jambú, o tucupi, o camarão e a goma. Só restaria a cuia”, clama o slogan.
Abusando de jingles, o programa iniciou com um hino do Pará estilizado e terminou com um tecnobrega, interpretado por alguns nomes da cenal musical local como Gangue do eletro, Viviane Batidão e Tony Brasil.
SIMSob comando do marqueteiro Duda Mendonça - responsável pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva quando foi eleito presidente pela primeira vez – o programa do “Sim” bateu de frente com o governo do Estado.A educação, por exemplo, citada como uma das piores do Brasil, onde o governo “não tem dinheiro nem para dar um aumento de R$ 97 para os professores”, fazendo referência ao piso nacional da categoria, motivo da greve dos técnicos em educação paraenses, que já dura 45 dias.
Os possíveis benefícios econômicos da separação deram o tom restante do programa. Se separado, segundo a frente do “Sim”, o Pará e possíveis futuros estados se beneficiariam de R$ 12 bilhões no orçamento daqui a quatro anos ao invés dos R$ 5 bilhões atuais. Ao fundo, imagens da periferia de Belém ilustravam dados apresentados sobre a pobreza da população paraense.
“Eu ainda estou em dúvida”, diz a aposentada Palmira Lúcia Nunes, 54, moradora do Satélite. Ela acompanhou o horário eleitoral e achou as duas campanhas bem explicativas. “Esclareceram os pontos positivos e foram rápidas”, aponta.
“As campanhas devem iniciar devagar, apostando em frases de efeito, jingles. Depois que chegaram as pesquisas o lado apaixonado do debate deve se revelar. Podem se intensificar as acusações e cair o nível do debate”, analisa Corrêa.
(Com informações do Diário do Pará)