- Do Correio Braziliense - O ano novo promete lucros a quem se preparar
Depois dos solavancos de 2011, a dica é conhecer melhor os meandros de cada investimento.
Instabilidade no mundo árabe, calote na Grécia e a União Europeia à beira da falência. A retrospectiva 2011 mostra um ano de elevadas tensões, sobretudo para os aplicadores. Tamanho estresse ganhou contornos ainda mais graves quando as agências de classificação de risco resolveram, em decisão inédita, rebaixar a nota da dívida de países detentores do “triplo A”, começando pelos Estados Unidos, nação mais segura do mundo do ponto de vista do investidor.
Juntos, esses fatos foram suficientes para levar as bolsas de valores a quedas vertiginosas e a uma recuperação trôpega. Em 2012, para proteger o dinheiro de tantos solavancos, a dica é atenção total aos detalhes dos ativos financeiros.
Olhando para o que passou, a aplicação mais segura e rentável de 2011 foi o ouro, um investimento que sempre se fortalece em períodos de guerras e crises. Mas, não há garantias de que o metal repitirá o desempenho do passado. Conforme as tensões se dissipam, sua rentabilidade desacelera. Em 2010, o ativo valorizou 32,26%; em 2011, o resultado caiu pela metade: 15,85%. Ainda assim, foi um dos campeões do ano, à frente de todos os outros produtos financeiros. Para 2012, a expectativa é de que o ouro mantenha uma taxa de retorno razoável, sobretudo porque as soluções para a crise na Europa ainda parecem distantes. O problema é que opção ainda é pouco acessível aos pequenos poupadores.
Mas para quem deseja proteger e capitalizar seus recursos, há alternativas bastante rentáveis no mercado. Em 2011, os melhores desempenhos ficaram por conta dos títulos do Tesouro Nacional e para os fundos de investimento, principalmente os de renda fixa e imobiliários — opções que prometem um 2012 interessante, mesmo com a tendência da redução da taxa básica de juros (Selic), movimento que encolhe os ganhos.
A tradicional caderneta de poupança também não fez feio e continuou a ser um dos produtos mais procurados — ofereceu retorno de 7,4% no ano que passou. O contraponto dos bons resultados ficou para a bolsa, que assustou, oscilando entre dias de perdas intensas e intervalos de calmaria.
Resultado: o pregão paulista (BMF&Bovespa) derreteu 18,11% em 2011 e assistiu a um ensaio de fuga de investidores. No início do ano, eram 611 mil CPFs cadastrados; no fim, 593 mil. Com tanta instabilidade, corretores e analistas sugerem que investir em renda variável (ações) é mais indicado, neste momento, a profissionais e investidores de longo prazo. A seguir, confira as orientações de especialistas ouvidos pelo Correio para orientar seus investimentos em 2012.