- Do G1 GO - Suspeito de agressão à ex-namorada baleado na perna morre dentro da cela
Vítima foi presa por suspeita de sequestro e agressão à ex-companheira.
Circunstâncias da morte serão investigadas pela Delegacia de Homicídios.
Um
professor de artes marciais de 38 anos morreu neste domingo (1º) em uma cela da Delegacia da Mulher de Goiânia (Deam). As circunstâncias da morte ainda não estão esclarecidas e o caso será investigado pela Delegacia de Homicídios da capital.
Segundo informações da polícia, o homem foi preso suspeito de ter ameaçado com arma de fogo, sequestrado e agredido a ex-companheira, uma costureira de 29 anos, de quem estava separado há cinco meses.Num momento de descuido, o suspeito deixou a munição cair e se abaixou para pegá-la. A mulher aproveitou a oportunidade para fugir e pedir ajuda aos vizinhos, que chamaram a Polícia Militar (PM).
De acordo com a polícia, os homens da PM se posicionaram do lado de fora da casa e chamaram pelo suspeito que não abriu a porta. Pouco tempo depois, a costureira reconheceu o ex-companheiro, que havia trocado de roupa. A polícia teria dado ordem de prisão e o homem correu, fugindo pelo telhado.
Segundo a polícia, o suspeito estava com uma arma na cintura e um dos PMs teria atirado uma vez e acertado a panturrilha do suspeito, que continuou fugindo. Nesse momento, o Corpo de Bombeiros teria sido acionado para prestar socorro. Algum tempo depois, o suspeito foi encontrado em um lote cheio de plantas e levado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Depois de liberado, o homem foi levado à Delegacia da Mulher para registrar o flagrante. Após constatar a morte do homem na cela, o Instituto Médico Legal (IML) foi chamado para apurar a causa da morte.
Sequestro
A mulher teria sido capturada quando estava em um ponto de ônibus. O suspeito teria se aproximado em um veículo e a ameaçado a ex. A costureira, que mora no Setor Palmares, em Trindade, Região Metropolitana de Goiânia, foi levada, sob ameaça de arma de fogo, à casa do suposto agressor, no Jardim Primavera, em Goiânia.
De acordo com a polícia, no local, a mulher teria sido colocada sentada em uma cadeira e o professor teria se posicionado em outra cadeira, na frente dela. Em depoimento, a costureira teria informado a polícia que foi agredida com tapas no rosto, agressão moral e sofrido ameaças de morte. Conforme a polícia, o suspeito, que aparentava embriaguez, teria dito que mataria a mãe da ex-companheira e outros membros da sua família.
A polícia informou que a mulher de 29 anos manteve um relacionamento de três anos com o homem e durante todo esse tempo ele demonstrou ciúme e tinha temperamento agressivo. Ainda segundo a polícia, o homem já fazia ameaças a então companheira e usava arma de fogo. A polícia diz que a mulher chegou a registrar uma ocorrência contra o então parceiro, no município de Trindade.
Hemorragia pode ter causado morte, diz polícia
Delegada afirma que somente laudo cadavérico determinará causa da morte.
A titular da Delegacia de Homicídios, Adriana Ribeiro, que está investigando a morte de um homem de 38 anos na Delegacia de Atendimento à Mulher em Goiânia (Deam), ocorrida neste domingo (1º), disse que será necessário aguardar o laudo cadavérico para saber com certeza a causa da morte do preso, suspeito de sequestrar, agredir e ameaçar de morte a ex-namorada.
De acordo com Adriana, o homem teve uma parada cardíaca dentro da cela, logo depois de ter chegado e tomado um banho. “Pode ter sido em consequência de uma hemorragia, pois ao levar um tiro na panturrilha perdeu muito sangue. Os policiais militares que o capturaram chegaram a informar esse fato ao médico que o atendeu no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). O paciente foi liberado e levado à Deam”, relata.
Segundo a delegada de Homicídios, no Hugo, a vítima teria passado por um clínico geral e depois por um ortopedista, que teria assinado um documento informando que o seu estado de saúde era bom.
“O polical não tira o paciente se ele não estiver em condição de ser autuado”, destaca.
O superintendente-executivo da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Halin Girade, confirmou que o homem de 38 anos deu entrada no Hospital de Urgências de Goiânia na madrugada de domingo (1º). O quadro era de fratura incompleta da perna esquerda (fíbula).
O executivo afirmou que o paciente recebeu alta da área de ortopedia, mas não do hospital. Segundo Halin, quando um médico dá alta de sua especialidade, o paciente é conduzido para outras especialidades até que tenha alta hospitalar.
“Ele deveria estar no hospital. Não havia nenhum documento com alta hospitalar. Ele teve alta do especialista”, declara.
Adriana Ribeiro informou ainda que na Delegacia da Mulher havia dois relatórios médicos do Hugo sobre o preso. Ela afirmou que não viu relatório médico do Instituto Médico Legal (IML), com exame realizado antes da condução do preso para a delegacia.