- Do Correio Braziliense - O PP definiu que o presidente da legenda e líder do partido no Senado, Francisco Dornelles (RJ), e o líder na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), são os interlocutores da legenda quando a presidente Dilma Rousseff decidir iniciar as negociações para a reforma ministerial
Eles se conformaram com a saída de Mário Negromonte, mas baseiam-se em informações extra-oficiais de que manterão o controle do Ministério das Cidades, alvo de cobiça do PT e do PMDB.
Os dois nomes mais cotados são: Márcio Fortes, ex-ministro e presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), e o deputado Márcio Reinaldo (MG), que provocam reações diferentes na legenda. Negromonte é tido como um dos integrantes da barca ministerial. Foto: Renato Araújo - ABr.
O Correio apurou que os deputados e senadores preferem Reinaldo, relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no Congresso, a Márcio Fortes.
Apesar de Fortes ser mais próximo da presidente Dilma Rousseff e quase ter permanecido no comando do Ministério das Cidades após o término do governo Lula, ele é acusado de ter pouco trânsito com a bancada do PP no Congresso e de fechar as portas da pasta para ouvir os pleitos de deputados e senadores. “Se a presidente Dilma quiser manter um mínimo de convivência com o PP, seria prudente ela aceitar um nome que transite bem no partido”, afirmou um dirigente pepista.
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Integrantes do partido também afirmaram que o próprio Dornelles tem afinidade com Fortes e que trabalhou para que fosse reconduzido em janeiro de 2010. Mas acabou convencido pelos deputados de que a melhor alternativa era indicar o então líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA), para ministro das Cidades.
Apoio
O retorno de Negromonte ao Congresso também havia sido costurado de forma cuidadosa para não provocar constrangimentos em nenhuma das partes. Em dezembro de 2010, o Diretório Nacional do PP promoveu um ato de apoio a Negromonte em reunião realizada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Na época, a impressão passada era de que o partido resistia a aceitar a saída do ministro. Mas a intenção era contrária: mostrar que ele “pode retornar tranquilo para a planície apesar de a bancada ter reconduzido Aguinaldo Ribeiro como líder dos deputados”, disse ao Correio um cacique do PP.
Mineiramente, o presidente do partido, Francisco Dornelles, não quis adiantar as discussões internas. “Até o momento, a presidente Dilma não nos procurou para tratar de reforma ministerial. Enquanto isso não ocorrer, Negromonte continua ministro”.