- Do Correio Braziliense -
UniCeub/BRB despacha o São José, leva o tri do NBB e escreve o nome na história
Com estilo da NBA, Brasília é tri do NBB.
Time de Brasília comandou o jogo, venceu por 78 x 62 e não deu chance aos paulistas.
Apenas três equipes no país conseguiram três campeonatos nacionais da modalidade.
Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.
A finalíssima do Novo Basquete Brasil (NBB), em jogo único, neste sábado, confirmou uma máxima e premiou um atleta. A equipe do São José entrou na quadra, em Mogi das Cruzes (SP), com um leve favoritismo sobre os candangos do UniCeub/BRB. Afinal, os paulistas tinham a seu favor a melhor campanha da fase de classificação e dois jogadores voando nos playoffs, o pivô Murilo e o armador Fulvio.
Ronald, do UniCeub/BRB com a Taça do Tri. Foto: Breno Fortes/CB-DA Pess.
Mas se existe algo no esporte que não se pode desconsiderar é a tradição. E isso o UniCeub/BRB tinha de sobra. Não ganha jogo? Acredite: ganha, sim. E a decisão do NBB foi definida justamente na tradição, na experiência, na tranquilidade. Resultado: UniCeub/BRB 78 x 62 São José, e o tricampeonato do NBB para Brasília.
Enquanto o São José entrou em quadra nervoso e errando muito, o UniCeub/BRB atuou com calma, com clareza e dominando as ações do jogo. Brincam os torcedores de que nada adianta abrir vantagem numa partida de basquete porque "rapidamente está tudo empatado". Ali, não foi o caso. O início arrasador dos brasilienses na final mudou a história da partida.
O São José bobeava e o UniCeub/BRB pontuava. E assim foi até os 10 x 0. Num quarto em que os paulistas praticamente não entraram em quadra, a equipe de Brasília chegou a abrir 16 x 3. Resultado: toda a decisão foi de um time controlando o placar e outro correndo para recuperar esse prejuízo fatal. Em nenhum momento, o São José esteve à frente do placar, nem sequer conseguiu um empate. Seu melhor momento foi no fim do segundo quarto - o único em que os paulistas estiveram bem - , quando a diferença caiu para quatro pontos.
Arthur, da equipe candanga, comemora. Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
Na metade do segundo quarto, porém, a quatro minutos e meio do fim, o São José voltou a errar e o UniCeub/BRB abriu de novo oito pontos. O treinador dos paulistas, Régis Marrelli, foi obrigado a pedir tempo e deu a senha: "A defesa melhorou, mas precisamos jogar sem nervosismo". No fim, a diferença no placar: 33 x 29 para os brasilienses.
O que parecia que seria um segundo tempo mais equilibrado não se confirmou. E aí surgiu na quadra outra máxima do esporte, a de que há jogadores iluminados. Aniversariante do dia, o ala-pivô Guilherme Giovannoni, que já havia ido bem na primeira etapa, encarnou um monstro em quadra na volta do intervalo. Com infiltrações, ótimos arremessos de média distância e boas bolas de três pontos, o atleta do UniCeub/BRB chamou o jogo para si. Acabou como cestinha da partida, com 26 pontos, e ainda conseguiu oito rebotes, uma atuação primorosa para o craque, que foi humilde. "Tenho que agradecer aos caras do time que me deram esse presente (de aniversário)", disse o atleta ao fim da partida.
E enquanto o trio Giovannoni, Alex e Nezinho comandava os candangos no terceiro quarto, Fulvio e Murillo, do lado do São José, não conseguiam engrenar uma sequência de boas jogadas. Os paulistas continuavam a errar ataques simples e apelavam para as faltas no contra-ataque. Do lado brasiliense, o técnico José Carlos Vidal pedia calma e foi claro no recado: "Só vamos na boa. Não arrisquem".
O último período foi de administração. Aos poucos, ficava claro que o São José não teria chances de reação, e as duas torcidas reagiam de forma diferente. Os paulistas demonstravam desespero nas arquibancadas e os candangos, a três minutos do fim, já arriscavam o canto de "tricampeão". A um minuto, o jogo já havia terminado. Nezinho era maestro da torcida e os paulistas choravam.
Com o resultado, O UniCeub/BRB não apenas conquista o título de melhor time do país como entra para a história do basquete nacional. Apenas duas equipes conseguiram um tri nacional da modalidade: Franca e Monte Líbano, nos anos 1970 e 1980.
O UniCeub/BRB não apenas conquista o título de melhor time do país como entra para a história do basquete nacional. Foto: Brano Fortes/CB-DA Press.
A equipe brasiliense é adepta do basquete de transição, no qual se caracteriza o contra-ataque rápido e a conclusão da jogada antes que a defesa rival consiga se armar em seu garrafão.
A tática é comumente vista nos times universitários americanos e da NBA. E tem dado resultado. Das quatro edições do NBB, o Brasília venceu três e foi vice em uma.
E atuando desta forma o time do Distrito Federal liderou a primeira, a terceira e a quarta parcial. O São José foi melhor na segunda. No final, venceu com diferença de 16 pontos.
O cestinha do duelo foi o ala-pivô Guilherme Giovanoni, 32, do Brasília, com 26 pontos. Ele recebeu o prêmio de melhor jogador da final. O destaque do São José foi o pivô Murilo, 25, com 20 pontos anotados.
A final do NBB é disputada em jogo único por exigência da TV Globo, que exibiu o confronto ao vivo.
"Quero agradecer por esse presente maravilhoso [é aniversariante]. Quero dar os parabéns a equipe de São José pelo jogo e a torcida do São José que fez uma bela festa. E lembrar da nossa torcida, que viajou para nos ver", disse Giavanoni à Sportv.
VEJA MAIS FOTOS :
O time do UniCeub/BRB de Brasília comemora a vitória histórica. Foto: Tiago Queiroz/AE.
Os campeões levantam a taça da NBB 2012. Foto: Tiago Queiroz/AE.
Alex, do Brasília, recebe o troféu de campeão. Foto: Tiago Qeiroz/AE
Levantando as taça e medalha no peito. O Brasília é Tri Campeão da NBB. Foto: Tiago Qeiroz/AE