- Da Folha.com -
A Receita Federal deposita hoje o segundo lote de restituição do Imposto de Renda declarado neste ano
Ao todo, 2,46 milhões de contribuintes receberão R$ 2,6 bilhões na restituição.
Além das restituições referentes ao 2º lote do exercício de 2012, serão liberadas também da malha fina restituições de declarações dos anos de 2011, 2010, 2009 e 2008.
O recorde de restituição do IR da pessoa física, segundo assessores presidenciais, faz parte do conjunto de medidas do governo para tentar reaquecer a economia brasileira, garantindo mais fôlego para os consumidores neste segundo semestre.
No mês passado, o governo já havia liberado um lote de volume recorde, com R$ 2,5 bilhões. No ano passado, os dois primeiros lotes pagaram, juntos, R$ 4 bilhões.
ou pelo Receitafone (146)
O dinheiro será depositado na conta informada na declaração. Caso não seja creditado, o contribuinte pode procurar qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a central de atendimento da Receita, nos telefones 4004-0001 (nas capitais) ou 0800-729-0001 (nas demais cidades). Deficientes auditivos devem ligar para 0800-729-0088.
A restituição ficará disponível para retirada durante um ano. Se ela não for resgatada nesse período, o contribuinte terá que fazer o pedido pela internet, ou diretamente no e-Cac (centro virtual de atendimento ao contribuinte).
Editoria de Arte/Folhapress ÂNIMO AO MERCADOSegundo a Folha apurou, a orientação no governo é não só evitar segurar restituições para não criar insatisfação na população como acelerar as liberações sempre que o caixa do Tesouro permitir.Na avaliação de assessores, a medida não pode ser interpretada como algo que venha para "salvar" a economia num ano fraco, mas vai contribuir para dar mais ânimo ao mercado em duas linhas: garantir mais dinheiro no bolso dos contribuintes tanto para aquecer o consumo como para pagamento de dívidas.
Técnicos destacam a importância de auxiliar os contribuintes a quitar débitos num momento em que a inadimplência está elevada, o que ajuda a desacelerar o ritmo do país. O mais recente dado do Banco Central mostrou que ela bateu em 6% em maio, nível recorde.
Com isso, o governo espera que a população possa aumentar seu espaço para assumir novas dívidas e, assim, elevar as vendas.
A decisão está em linha com o desejo do Palácio do Planalto de não provocar notícia negativa neste momento na economia, buscando combater o pessimismo que levou o empresariado a travar seus investimentos.
O governo já trabalha com um crescimento em 2012 de apenas 2%, menor do que a projeção oficial do Banco Central, de 2,5%, e abaixo do registrado no ano passado, quando o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 2,7%.
Há anos, o governo vem dosando o pagamento de restituições de acordo com a temperatura econômica.
Em 2009, o Ministério da Fazenda orientou a Receita Federal a deixar alguns lotes que deveriam ser pagos naquele ano para o seguinte, como forma de aumentar o caixa público, debilitado pela crise internacional que afetou o país naquela época.
Depois da repercussão negativa da notícia, revelada pela Folha, a equipe econômica voltou atrás da decisão por determinação do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.