Ele estava internado desde o dia 22 e no domingo (25) sofreu um AVE
Joelmir tinha 75 anos e mais de 55 anos de carreira.
- Do G1 - Morreu no início da madrugada desta quinta-feira (29) o jornalista Joelmir Beting, aos 75 anos. Ele estava internado desde o dia 22 de outubro no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e, no domingo (25), sofreu um acidente vascular encefálico hemorrágico (AVE).
Nesta quarta-feira (28), o hospital Albert Einstein informou que o jornalista estava em coma irreversível.
O corpo de Joelmir Beting será velado a partir das 8h, no Cemitério do Morumbi, na Zona sul. O velório vai ser aberto ao público. A cremação ocorrerá no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, às 16h, numa cerimônia restrita à família.
Seu filho, o também jornalista Mauro Beting, divulgou na rede social Facebook o horário da morte do pai, e escreveu: “um minuto de barulho por Joelmir Beting: 21 de dezembro de 1936 - 0h55 de 29 de novembro de 2012”.
Mauro estava no ar, na Rádio Bandeirantes, quando soube da morte do pai, e leu uma carta.
Joelmir Beting e sua mulher, em NY.(Foto: Alcyr N. da Silva/Folhapress).
Joelmir atuava como comentarista de economia no grupo Bandeirantes. Ele tinha mais de 55 anos de carreira.
Joelmir Beting nasceu em Tambaú, interior de São Paulo, em 21 de dezembro de 1936. Em 1957, começou a estudar sociologia na Universidade de São Paulo (USP) para fazer carreira no jornalismo. Em 1957, iniciou carreira na editoria de esportes. Trabalhou nos jornais “O Esporte” e “Diário Popular” e também na rádio Panamericana, que posteriormente virou Jovem Pan.
Em 1962, sociólogo formado, trocou o jornalismo esportivo pelo econômico. Em 1968, virou editor de economia do jornal “Folha de S.Paulo”. Em 1970, lançou sua coluna diária, que foi publicada durante anos por uma centena de jornais brasileiros, com o timbre da Agência Estado.
Morre o jornalista Joelmir Beting. (Foto: Reprodução Globo News)
Em 1991, o profissional iniciou nova fase no jornal “O Estado de S.Paulo”. A coluna foi mantida até 30 de janeiro de 2004. No mesmo ano que ela foi lançada, em 1970, Joelmir também começou a passar informações diárias sobre economia nas rádios Bandeirantes, CBN, Jovem Pan e Gazeta e nas redes de TV Bandeirantes, Gazeta, Record e Globo, até 2003.
Em março de 2004 voltou ao grupo Bandeirantes. Permaneceu até hoje como comentarista econômico nas rádios Band News FM e Bandeirantes, e também do Jornal da Band, na TV. Também era um dos âncoras do programa de entrevistas “Canal Livre”. Na Rede Globo, trabalhou por 18 anos.
Ele escreveu ainda dois livros: "Na prática a teoria é outra" e "Os juros subversivos".
Joelmir Beting deixa dois filhos: o publicitário Jean Franco e o jornalista esportivo Mauro.
A presidente Dilma Roussef assinou Nota de Pesar pelo falecimento do jornalista Joelmir Beting:
Nota de pesar da presidenta Dilma Rousseff pelo falecimento do jornalista Joelmir Beting
O jornalista Joelmir Beting foi um mestre em uma das missões primordiais do jornalismo: a de explicar as notícias mais complexas de uma forma simples, nunca simplória. Beting aliava um conhecimento profundo da economia brasileira com uma comunicação didática. Usava comparações de uso corrente para fazer com que todo brasileiro pudesse compreender e formar sua própria opinião sobre os fatos.Como colunista de jornais, na TV e rádios, Beting abriu caminhos para um jornalismo econômico sob o ponto de vista do cidadão, não de autoridades, nem de corporações. Suas lições merecem ser seguidas. Neste momento de pesar, solidarizo-me com os familiares e amigos deste grande jornalista.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
Nota da Ministra da Comunicação Social,
Helena Chagas
Com
muita tristeza, recebi a notícia da morte de Joelmir Beting, um dos meus
mestres na trajetória do jornalismo. A sociedade perde hoje aquele que soube,
como nenhum outro, falar de economia de um jeito que todos entendiam. Três
qualidades se destacaram na vida de Joelmir: credibilidade, seriedade e
simplicidade. Há ainda outra: pioneirismo. Ele foi o primeiro a ter uma coluna
em jornal, onde a economia era tratada de maneira simples e didática, para que
as pessoas a entendessem da maneira que ela influía em suas vidas diárias. Foi
o primeiro, também, a levar para a TV e o rádio esta mesma maneira de falar
sobre economia.
Joelmir
deixa aos futuros jornalistas o legado dos mestres. E à sua mulher, filhos e
demais familiares um patrimônio moral e intelectual que ficará para sempre. A
eles, transmito minha solidariedade neste momento de dor. Assim como a todos os
seus colegas da TV Bandeirantes.
Helena Chagas
Ministra-chefe da Secretaria de Comunicação
Social da Presidência da República