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Ainda Erenice
22 de set. de 2010
Erenice se desliga da Eletrobrás, mas mantém cargos no BNDES e Chesf
Quatro dias depois de deixar o Ministério da Casa Civil, sucessora de Dilma na pasta integra conselho das instituições
Do O Estado de S.Paulo
A Eletrobras informou por meio de nota publicada em seu portal que a ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra desligou-se nesta terça (21) do Conselho de Administração da Eletrobras. A nota que tem pouco mais de uma linha, não informa o motivo da saída de Erenice.
Obrigada a pedir demissão da Casa Civil, Erenice Guerra mantinha o cargo no conselho da Eletrobrás e ainda mantém o cargo no conselho da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e também no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - órgão que está no centro do esquema de lobby e tráfico de influência montado por Israel Guerra que motivou a queda de Erenice.
Com salário de R$ 5.122 mensais para participar de uma reunião a cada três meses, Erenice ocupa uma das 11 vagas no Conselho de Administração do BNDES, sob indicação do Ministério do Desenvolvimento, comandado por Miguel Jorge.
Erenice fazia parte do Conselho Fiscal do BNDES desde abril de 2008. No dia 13 de maio, o Diário Oficial informou sua exoneração e a nomeação, no mesmo dia, para um conselho mais importante dentro do banco, o de Administração. Substituiu ali vaga deixada pela presidenciável petista Dilma Rousseff. O decreto é assinado pelo presidente Lula.
Segundo denúncia do consultor Rubnei Quícoli, representante da EDRB do Brasil Ltda, ao tentar um empréstimo de R$ 9 bilhões junto ao BNDES para um projeto de produção de energia eólica, foi encaminhado por um funcionário da Casa Civil a contratar a empresa Capital Assessoria e Consultoria, ligada a Israel Guerra, filho da ex-ministra.
Quícoli teria sido pressionado a pagar R$ 240 mil para viabilizar o empréstimo, que acabou não sendo efetivado, segundo ele, por não ter entregado o valor cobrado. Em nota, o BNDES disse "repudiar" as denúncias.
Mais cedo, o advogado Sebastião Tojal, que representa a ex-ministra-chefe da Casa Civil protocolou ação no Tribunal de Justiça de São Paulo para obter direito de resposta de revista que fez as denúncias contra Erenice. Ela entregou o cargo, no último dia 16, após denúncia de tráfico de influência envolvendo seu filho Israel Guerra e servidores da Casa Civil.