Tremor de terra assusta Goiás e Distrito Federal
Da Agência BrasilUm tremor de terra de 4,5 graus na escala Richter foi registrado nesta sexta-feira perto da divisa entre Goiás e Tocantins e foi sentido em vários pontos do Distrito Federal.
O abalo foi constatado, pelo menos, na região central, Plano Piloto, Águas Claras e Ceilândia. Segundo o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, o tremor ocorreu na região de Mara Rosa (GO) às 17h17 e foi seguido de outro de menor intensidade. De acordo com esses registros, é o maior abalo já registrado em Goiás.O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) considerou o tremor da tarde desta sexta-feira (8/10) como o maior já sentido no Distrito Federal. O abalo alcançou 4,6 pontos na escala Richter, de acordo com informações preliminares do órgão.Os técnicos acreditam que o epicentro seja na região ao norte de Goiás, no município Mara Rosa, na divisa com Tocantins. De acordo com eles, regiões distantes até 500km do local devem ter sentido o tremor. O observatório não descarta a possibilidade de novos terremotos no local, mas acredita que, se ocorrerem, serão em escala menor. No município goiano, em 4 de outubro, outro abalo de magnitude 3,5 foi sentido.De acordo com os ténicos, ainda não é possível determinar uma causa para o tremor, já que é necessário realizar estudos. Mas adiantaram que a região sofre constantes abalos sísmicos porque fica no linear brasiliano. O terremoto pode ter sido provocado por rachaduras na terra que sofrem constantes pressões, o que ocasiona novas quebras das placas.O observatório sismológico está em atenção máxima e os técnicos estão reunidos para avaliar o abalo. No DF, as pessoas que estavam em prédios mais altos sentiram os efeitos do terremoto.Na última segunda-feira (4), um sismo de 3,6 graus na escala Richter também teve Mara Rosa como epicento e foi sentido em cidades da região. "Esses sismos são associados à existência de uma falha geológica que corta os Estados de Goiás e Tocantins", disse na ocasião Lucas Vieira Barros, chefe do observatório. De acordo com ele, em 1992, essa falha gerou um tremor de 4,2 graus na escala Richter.Com o tremor desta sexta, muitas pessoas deixaram prédios. Alguns ministérios, autarquias e tribunais orientaram que os prédios fossem esvaziados. O Palácio do Planalto chegou a destravar as portas de emergência. No Twitter, pessoas registraram ter sentido o tremor nos prédios da OAB-DF e no Tribunal de Justiça.
Houve relatos de rachaduras em imóveis, mas não há registro de vítimas no Distrito Federal, segundo os bombeiros.Durante a tarde, a Defesa Civil recebeu diversas ligações de pessoas preocupadas com o tremor. De acordo com o major Rogério Dutra, as principais ocorrências foram registradas por órgãos públicos. "Recebemos solicitações do Palácio do Buriti, do Tribunal Regional do Trabalho e alguns outros [órgãos]. A princípio, nós orientamos os engenheiros a fazer uma perícia nas estruturas das edificações para saber se foram afetadas. Até agora, não houve danos".
TREMORDe acordo com a professora Mônica Von Huelsen, do Observatório Sismológico da UnB, a magnitude do tremor desta sexta é classificada como baixa e média. "Como o brasileiro não está acostumado, se assusta com facilidade. Se balançar alguma coisa, sentir um tremor, todo mundo vai sair correndo desesperado."Segundo George Sand, professor do observatório, no Distrito Federal já foram sentidos vários tremores, porém o de hoje foi o de maior intensidade. Em Brasília, houve um tremor no ano 2000, próximo à cidade-satélite de São Sebastião, com magnitude de 3 graus. "Se o terremoto de hoje tivesse o epicentro no DF, teria provocado muitos danos".Sand explica que quem está em prédios altos sente os tremores com mais intensidade. "Os edifícios já possuem uma frequência de oscilação. As pessoas que estão nos prédios mais altos vão sentir o tremor. Porque o prédio entra em ressonância com o terremoto", afirma.