Do Jornal de Brasília - Foto Carlos Vieira/Codehab
90% das habitações são precárias em 15 regiões administrativas do DF.
O aumento populacional, a desigualdade social e o surgimento de ocupações irregulares em descompasso com investimentos em políticas habitacionais resultaram em uma triste estatística. Cerca de 90% das residências nas 15 regiões administrativas (RAs) com maior contingente populacional de baixa renda são precárias. Esse é o resultado de estudo feito pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).Foram considerados como de baixa renda lares cujo total de rendimentos mensais não ultrapassassem dois salários-mínimos por pessoa e que consumissem até 80 KW por mês de energia elétrica. Gama, Brazlândia, Planaltina, Paranoá, Ceilândia, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Varjão, Estrutural, Sobradinho II e Itapoã foram os locais com maior número de famílias nessas condições.Para avaliar as características físicas das construções, a Codeplan considerou a qualidade da estrutura, da cobertura e do material utilizado nas paredes. Os dormitórios deveriam ter dimensões adequadas para a quantidade de moradores.Em Planaltina, uma das regiões mais tradicionais do DF, o principal problema enfrentado pelos moradores é a falta de rede de esgoto. Apenas 47,6% das residências são atendidas pelo serviço público, índice menor que o da Estrutural – 69,9% – e da Ceilândia, que é de 79,9%. Nas demais localidades, o atendimento fica entre 90% a 100%. O abastecimento de água e coleta de lixo atende quase a totalidade do DF, exceto na Ceilândia. Os índices baixos da cidade são puxados pelos setores habitacionais Sol Nascente e Pôr do Sol, áreas irregulares de desocupação desordenada, algumas próximas a erosões. Mesmo em condições ruins para habitação, 62,4% das residências pesquisadas são próprias. No entanto, apenas 37,4% são quitadas.