2,5 mil policiais militares estariam agindo, à paisana, como policiais civis.
Documento produzido pela Corregedoria da Polícia Civil, obtido com exclusividade pelo Jornal de Brasília, traz uma grave denúncia e mostra que a união do trabalho das polícias, como prevê a cúpula da Segurança Pública, não será tarefa fácil no Distrito Federal. Segundo parecer elaborado pelo braço de controle da PCDF, 2,5 mil policiais militares em vez de estarem fardados, combatendo preventivamente a criminalidade nas ruas, estariam à paisana, agindo como policiais civis sem qualquer amparo legal para esse tipo de atividade. De acordo com o documento, a prática é recorrente na capital da República há anos. Tanto que mais de dez pareceres relacionados à atividade de investigação criminal realizada pela PM já foram produzidos, embora nenhuma providência tenha sido tomada. O texto traz várias ocorrências de policiais militares que estariam agindo de forma irregular, lotados no serviço de inteligência da PM, conhecido como P2, inclusive disfarçados de policiais civis, invadindo casas sem ordem judicial para investigar crimes que não são da sua competência. Essas ações são classificadas como "usurpação de função pública" e "abuso de autoridade." A ação descrita no documento é confirmada pelo Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol). Segundo o diretor André Luiz, o desvio de função desses policiais tem prejudicado a segurança e as investigações nas ruas, bem como sobrecarregado o trabalho dos policiais civis, já que o trabalho de prevenção não está sendo feito. "Não queremos dizer que somos melhores ou piores que os policiais militares. Apenas desempenhamos papéis distintos, porém complementares, nesta complexa engrenagem chamada segurança pública", defende o sindicalista.Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
OPINIÃO - Por Tony ZuccoO modus operandi, a base de legalidade, o corporativismo, tudo isso deve ser levado em conta. Mas o que a população quer é uma polícia eficiente e ações eficazes. A cada dia aumentam assustadoramente as notícias de crimes no DF e no Entorno. Quase todos têm envolvidos bandidos viciados em drogas, principalmente o crack. Basta passar pela Praça do Relógio em Taguatinga, a qualquer hora, para se deparar com bandos de adolescentes, crianças e adultos fumando crack em plena rua, sem serem incomodados pela polícia, que apenas observa de perto. Isto porque se a polícia, Civil ou Militar, prender os usuários de crack ou apreender, no cado de menores, simplesmente todos eles serão encontrados nos mesmos locais em menos de 24 horas. Isto porque o sistema de Leis que regem o combate à criminalidade do usuário de dorgas e, principalmente, as Leis que regem as ações contra menores (Estatuto da Criança e do Adolescente), estão desatualizadas em relação à realidade que se vê nas ruas. É importante a mobilização de cada um no sentido de provocar o Legislativo (Câmara Distrital e Câmara dos Deputados) a apresentar, votar e aprovar projetos de lei eficientes e que venham a dar suporte e segurança aos policiais quando executam seu trabalho em defesa da sociedade. O desânimo dos policiais (Civil ou Militar) quando se trata de ações polciais que envolvem crianças e adolescentes é notório. Eles sabem que não basta a repressão, se no outro dia os mesmos meliantes estarão de volta às ruas, como que desafiando a autoridade policial e toda a sociedade.