A partir de amanhã (31/7), passam a vigorar as novas tarifas das passagens de ônibus que ligam cidades do Entorno ao Distrito Federal.
Reajuste pesará para empresários e usuários.
- Do Correio Braziliense - Moradores de cidades vizinhas a Brasília vão gastar mais com a passagem de ônibus. Entra em vigor, amanhã, o aumento de 4,639% autorizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Com isso, o trajeto de Brasília para Águas Lindas subirá dos atuais R$ 4,25 para R$ 4,50 (veja tabela completa).Durante a semana, a população do Entorno enfrentou problemas devido à paralisação dos rodoviários.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio/DF), Adelmir Santana, afirma que a folha das empresas ficará onerada. “O valor dos gastos com o vale-transporte cresce. Isso dificulta também a vida de pequenos prestadores de serviço que não têm vínculo empregatício”, analisa. “É por isso que defendo a criação da Região Metropolitana de Brasília para que o transporte tenha o mesmo preço e seja tratado como urbano e não interestadual.”
Desde segunda-feira, os moradores de Águas Lindas sofreram as consequências da greve dos motoristas e cobradores. Na terça-feira, foi a vez de os rodoviários de Santo Antônio do Descoberto aderirem ao movimento. E na quarta, a greve se entendeu para Valparaíso e Novo Gama.
O transporte pirata tomou conta das cidades e cobrou preços abusivos da população, que se viu forçada a pagar entre R$ 10 e R$ 15 para chegar a Brasília. A reportagem do Correio acompanhou o drama de várias pessoas ao longo da semana, como crianças e jovens que perderam aula e pais que não conseguiram chegar ao trabalho e temiam perder o emprego. A reportagem flagrou pneus carecas, assentos e lataria danificados. Também sobraram queixas em relação a motoristas que trafegam em alta velocidade.Greve abusivaA paralisação de motoristas e cobradores foi decretada abusiva pela Justiça goiana. Uma liminar obtida pelos empresários do transporte coletivo perante o Tribunal Regional do Trabalho de Goiânia declara a ilegalidade da greve, porque os trabalhadores não avisaram as empresas com 72h de antecedência nem mantiveram 30% da frota de veículos circulando. A decisão saiu na noite da última terça-feira, mas a greve continuou, mesmo após a assinatura de acordo coletivo de trabalho, no dia seguinte. Perante a Justiça, a categoria aceitou o reajuste de 8%.