- De O Estado de S.Paulo - Nos bastidores, o governo trabalha com a certeza de que o ministro conseguirá provar inocência
Mesmo em viagem para a África do Sul, as denúncias e a repercussão do caso Orlando Silva ficarão sob vigilância total da presidente da República Dilma Rousseff. Na ausência da presidente, Orlando explicou-se para os ministros
Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e
Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) no domingo à noite e na tarde de segunda-feira, 17.
Em Pretória, Dilma disse que o governo está atento às justificativas que serão apresentadas pelo ministro, provavelmente na tarde desta terça-feira, na Câmara dos Deputados, em reunião conjunta das Comissão de Turismo e Esporte e de Fiscalização e Controle. "Enquanto isso, o governo vai continuar acompanhando tanto qualquer denúncia que apareça quanto todos os esclarecimentos e as iniciativas de investigações", disse a presidente.
Ela afirmou que os contratos com ONGs têm de ser mais fiscalizados.
"Você tem ONGs e ONGs. Eu sempre digo que não é possível fazer tábula rasa." A presidente lembrou que, no início deste ano, o governo determinou aos ministros que dessem preferência a convênios com prefeituras e Estados e que, em setembro, foram definidas as condições para se estabelecer convênios com ONGs. "Tem que fazer chamada pública, apurar se a ONG existe há mais de três anos. E ela imediatamente é tirada de qualquer possibilidade de convênio se tiver incorrido em alguma falha, seja qual falha for", afirmou a presidente.
Nos bastidores, o governo trabalha com a certeza de que Orlando Silva conseguirá provar que não tem envolvimento com esquemas de corrupção montados no Ministério do Esporte.
Quanto à inocência do PC do B, partido de Orlando, esta já sofre questionamentos, porque os convênios feitos para o programa Segundo Tempo, ainda nos tempos do ministro Agnelo Queiroz (que deixou o PC do B e foi para o PT) são tidos como "complicados".