- Da Folha.com -
A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta terça-feira a lei que concede isenção de PIS e Cofins na venda a varejo de tablets fabricado no Brasil --demanda de multinacionais como a Foxconn interessadas em fabricar o produto em solo nacional.
A intenção do governo é reduzir em mais de 30% o preço final do produto ao consumidor. A lei entra em vigor a partir de quinta-feira (13).
O texto foi enviado ao Congresso Nacional por meio de medida provisória, assinada pela presidente no final de maio, e sofreu algumas modificações. Na Câmara, por exemplo, deputados especificaram que o tablets não podem ter "função de controle remoto" --a intenção era evitar que televisores pudesse utilizar os benefícios.
A lei sancionada define o produto como "máquinas automáticas de processamento de dados, portáteis, sem teclado, que tenham uma unidade central de processamento com entrada e saída de dados por meio de uma tela sensível ao toque de área superior a 140 cm² e inferior a 600 cm² e que não possuam função de comando remoto".
Por sugestão do Ministério da Fazenda, a presidente vetou apenas um trecho da lei, que previa a aplicação de seus efeitos de forma retroativa, a contar de 20 de maio.
Na quinta-feira, está prevista uma reunião de Dilma com o presidente da Foxconn, Terry Gou.
Jundiaí mobiliza mão de obra local para produção do iPad
A ampliação da Foxconn em Jundiaí (58 km de São Paulo) para montar aparelhos da Apple pode render até 6.000 postos de trabalho à cidade e transformar o setor de informática no maior empregador da indústria local.
Fábrica da Foxconn em Jundiaí - SP.
Em 2010, dos 55 mil empregados do setor industrial, 6.659 estavam em fábricas de produtos de informática, setor que ficou atrás apenas do de borracha, com 7.360.
A estimativa de que a montagem de iPads e iPhones pela Foxconn deva gerar 6.000 novos empregos é do presidente da Câmara, Julio Cesar de Oliveira (PSDB). Ele afirma que não haverá um "apagão" de mão de obra.
Já o presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial) local, Ricardo Diniz, estima que Jundiaí terá 3.000 vagas criadas pela expansão da companhia.
A montagem dos equipamentos da Apple na cidade precede um investimento de US$ 12 bilhões da companhia taiwanesa no Brasil.
Segundo o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de SP), Mauritius Reisky, o principal desafio para Jundiaí é criar "uma plataforma" que forme profissionais especializados no menor prazo possível.
Fábrica da Foxconn em Jundiaí - SP.
Atualmente, a Foxconn emprega cerca de 3.000 pessoas em Jundiaí, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos.
CURSOS
Segundo o Senai de Jundiaí, o número de matrículas para o curso técnico em plástico, que forma um dos tipos de profissionais demandados pela Foxconn, cresceu mais que 150% entre 2003 e 2011: de 128 para 320 por ano.
Já o Senac registrou um aumento de 153% na formação de pessoal na área de tecnologia da informação.