- Do Correio Braziliense - O método de mobilizar manifestações contra a corrupção pelas redes sociais terá um teste decisivo.
Se no Sete de Setembro a indignação levou cerca de 30 mil pessoas à Esplanada dos Ministérios, não necessariamente chamadas pela internet, a marcha desta quarta-feira será resultado quase que exclusivo do chamamento por fóruns e grupos virtuais.
A expectativa do grupo organizador da marcha, o Movimento Contra a Corrupção (MCC), é de que o número de participantes seja ainda maior do que o do último feriado — embora a Esplanada não fique lotada em 12 de outubro, como costuma ficar durante a parada do Sete de Setembro.
Na página do movimento no
Facebook, cerca de 18 mil internautas haviam confirmado presença na manifestação, até a noite de ontem. Segundo uma das líderes da marcha,
Lucianna Kalil, o ato foi amplamente divulgado desta vez. “Saímos das redes sociais e panfletamos em outros lugares também”, disse.
Além de contar com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a II Marcha Contra a Corrupção reuniu oito grupos iniciados nas redes sociais, sendo um deles o Juventude Consciente, coordenado por estudantes do ensino médio. Estudantes do ensino médio vão participar da Marcha contra a Corrupção
Cerca de mil alunos de escolas particulares e públicas de Brasília estarão presentes no dia — todos convocados, na maior parte das vezes, pelo boca a boca virtual. “Apesar de termos muitas adesões no Facebook, por exemplo, não conseguimos mensurar quantas pessoas irão. Esse número costuma ser maior”, avaliou Luciana.
Os jovens criaram o movimento estudantil para participar de marcha e desenvolver conscientização política.
A ideia de envolver estudantes com idade entre 15 e 18 anos na II Marcha contra a corrupção partiu de
Rafael Da Escóssia, 17 anos.
Ele e Rafael Acioli, 15 anos, criaram o vídeo "Juventude Consciente: Estudantes na Marcha" e começaram a entrar em contato com adolescentes de diferentes escolas do Distrito Federal. No dia 12 de outubro, eles e o Movimento Contra a Corrupção se juntam em defesa da Lei Ficha Limpa, do voto parlamentar aberto e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ficha Limpa
Apesar do exemplo bem-sucedido em Brasília, nem sempre o número virtual representa a realidade nas ruas. Foi o que aconteceu na marcha organizada no Rio de Janeiro pelo grupo
Todos Juntos Contra a Corrupção. Na página do Facebook, 35 mil pessoas confirmaram presença, mas somente 2,5 mil manifestantes realmente compareceram à Cinelândia. No dia 12, o grupo carioca se reunirá novamente, desta vez na Praia de Copacabana.
As passeatas para reivindicar a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, o fim do voto secreto e a continuidade do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ocorrerão na capital e em outras 20 cidades brasileiras.Em Brasília, os manifestantes se reunirão às 10h, em frente ao Museu Nacional. A ideia é caminhar até o Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo MCC afirmou que, além de carregarem 200 vassouras, usadas em uma ação conjunta com a ONG Rio de Paz, os coordenadores da passeata levarão
uma pizza de lona, com 15m de diâmetro, que eles fizeram. Na página de uma das líderes do grupo, a foto da pizza está ilustrada com a legenda irônica:
“Senhores parlamentares, o pedido de uma pizza gigante com borda de CPI está no forno assando para vocês. A entrega será no dia 12 de outubro, em frente ao Museu Nacional. Venha você também entregar essa pizza para os fanfarrões do nosso país”.