- Da Folha.com - O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Ivan Sartori pediu à corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) Eliana Calmon nomes e dados das investigações sobre magistrados da corte paulista e teve o pedido negado. Segundo a assessoria de Calmon, as informações não foram passadas ao presidente do TJ pois "dados sigilosos só são fornecidos quando formalmente solicitados".No auditório da Folha, Corregedora do CNJ, Eliana Calmon, durante debate sobre poder de investigação do conselho. Foto: Adriano Vizoni/Folhapress.
Sartori esteve reunido com a corregedora por cerca de duas horas em Brasília.
O CNJ está no centro de uma crise no Judiciário devido à discussão sobre o seu poder de investigação sobre os próprios magistrados.
Recentemente, dois ministros do STF atenderam a ações da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), entre outras entidades, e suspenderam investigações do conselho contra tribunais.
As associações de juízes também entraram com representação na Procuradoria-Geral da República contra a corregedora, para que seja investigada sua conduta na investigação sobre pagamentos atípicos a magistrados e servidores.
Para os juízes, a ministra quebrou o sigilo fiscal dos investigados, ao pedir que os tribunais encaminhassem as declarações de imposto de renda dos juízes.
Na semana passada, a corregedora do CNJ apresentou relatório mostrando que magistrados e servidores movimentaram, entre 2000 e 2010, R$ 856 milhões em operações financeiras consideradas "atípicas" pelo Coaf, o órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda.