- Por Jorge Wamburg, repórter da Agência Brasil - Enquanto a renda per capita brasileira subiu 23,5% entre 2001 e 2009, no Distrito Federal este aumento foi de 41%
A informação é da pesquisa Situação Social nos Estados, que teve o Distrito Federal como campo de estudo para inaugurar uma série produzida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cujos resultados foram divulgados hoje (19) em Brasília.
De acordo com a pesquisa, a renda domiciliar per capita no Brasil era de R$ 511,5, em 2001 e subiu para R$ 631,7, em 2009, perfazendo aumento real de 23,5% no período. Já o indicador da região Centro-Oeste passou de R$ 560,5 para R$ 756,5 (aumento real de 35%).
No Distrito Federal, o indicador era de R$ 939,8, em 2001, elevando-se para R$ 1.326,2, em 2009, ou seja, 41,1%.Para captar o poder aquisitivo da população, o estudo utilizou o indicador de a renda domiciliar per capita, pois ele contempla todas as fontes de renda que uma família pode possuir, dividido pela quantidade de componentes da família. Mas a pesquisa também constatou que, no Distrito Federal, as desigualdades de renda média aumentaram ao longo da década. A renda domiciliar per capita da zona rural teve crescimento de 13,3%, bastante inferior à observada na urbana (43,1%), passando de R$ 487,1 em 2001 para R$ 552,8 em 2009.
Sob o ponto de vista da pobreza extrema – ou seja, daqueles que auferem renda per capita inferior a R$ 67,07, por mês, em setembro de 2009 e para os anos anteriores deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao consumidor (INPC)4 –, o Distrito Federal apresenta tendência de queda e, em comparação com o Brasil, demonstra também uma clara situação de vantagem.
Os índices nacionais são de 10,5% e 5,2% para 2001 e 2009, respectivamente. Já no DF, em 2001 5,3% da população viviam em pobreza extrema, proporção que diminuiu para 2% em 2009, revela o IPEA. Comparativamente ao ocorrido na região Centro-Oeste, essa trajetória também foi melhor. No mesmo período, a pobreza extrema na região passou de 6,6% para 2,9%.
A pesquisa afirma ainda que no setor rural, os indicadores de pobreza extrema do Distrito Federal (10% em 2001 e 1,92% em 2009) delineiam trajetória de queda, chegando, ao fim do período, a igualar-se com índices urbanos. Isso, conforme o IPEA, seria conseqüência de “transferências governamentais para mitigar a miséria no campo e para minimizar as discrepâncias entre as condições de vida das populações pobres, nas zonas rurais e urbanas”.