- Por Paloma Oliveto, do Correio Braziliense - Até 1987, quando chegou ao mercado o primeiro antirretroviral contra o HIV, ser soropositivo significava, praticamente, estar marcado para a morte.
Sem tratamento específico, os pacientes dificilmente sobreviviam à última fase da infecção, a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).
Hoje, com medicamentos mais modernos, que trazem menos efeitos colaterais e têm eficácia maior, é possível levar uma vida longa e com qualidade. Um problema, porém, tem preocupado a comunidade científica: a resistência contra os medicamentos está aumentando.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em países de baixa e média renda, que concentram 90% da população infectada, desde 2003 observa-se um crescimento moderado (de 5% a 15%) na resposta ao tratamento devido à resistência.
Isso acontece por diversos motivos, começando pela característica muito peculiar do HIV, um vírus altamente mutante, capaz de enganar as drogas e o sistema imunológico. É por isso que os remédios são ministrados em forma de coquetéis com pelo menos três substâncias diferentes.
A adesão ao tratamento é outro fator extremamente importante: se deixar de tomar os antirretrovirais nos dias e nos horários certos, o paciente está abrindo caminho para novas mutações, pois a pressão que a droga exerce sobre o medicamento fica comprometida.