- Da Folha.Uol -
O ator norte-americano Ernest Borgnine morreu neste sábado (7), aos 95 anos, em decorrência de uma insuficiência renal.
A informação foi confirmada por Harry Flynn, porta-voz do ator durante muitos anos.
Segundo Flynn, Borgnine morreu no centro médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, ao lado de sua família.
Conhecido por seus papéis como vilão, Borgnine ganhou o Oscar de melhor ator em 1955, pelo filme "Marty", dirigido por Delbert Mann, que também conquistou a estatueta de melhor direção.
O ator Ernest Borgnine em sua casa em Beverly Hills, na Califórnia, em 2010. Foto: Chris Pizzello/Associated Press.
Além do Oscar, o papel em "Marty" rendeu a ele um Globo de Ouro e prêmios concedidos pelo New York Films Critics Circle, pelo National Board of Review e pela British Academy of Film and Television Arts.
Nascido em 24 de janeiro de 1917, em Connecticut, filho de imigrantes italianos, Borgnine passou sua infância na Itália, e retornou a seu Estado de origem, onde se formou no colégio. Depois, estudou na Randall Scholl of Drama, em Hartford, mudando-se posteriormente para Virginia, onde fez parte do Barter Theater, em Abingdon.
Sua primeira atuação marcante foi aos 37 anos, no filme "A Um Passo da Eternidade" (1953), no qual deu vida ao personagem "Fatso" Judson, protagonizando um embate antológico com Private Maggio, interpretado por Frank Sinatra.
À frente, Ernest Borgnine no papel do irreverente marinheiro no seriado americano "McHale's Navy", da década de 60. Foto: Divulgação.
Nos anos 1960, ganhou ainda mais projeção com o seriado da ABC, "McHale's Navy", de 1962 a 1966, no papel irreverente de um marinheiro, sendo indicado ao Emmy, como melhor ator de comédia.
Ao longo de sua carreira, Borgnine também ficou conhecido por papéis militares. As escolhas de diretores ao darem este tipo de papel para ele não eram fortuitas, afinal, Borgnine havia servido à MArinha por dez anos, além de ter participado da Segunda Guerra Mundial.
Ao lado de Lee Marvin, ele se destacou em diversos papéis, como nos filmes "Sábado Violento", "O Imperador do Norte", Conspiração do Silêncio" e "Os Doze Condenados", o qual ganhou três sequências para a televisão.
Versátil, Borgnine foi escalado para atuar em diversos gêneros, de filmes satíricos, como "Spike of Bensonhurst", a westerns, como "Bad Day at Black Rock".
A partir de 1999, o bonachão Borgnine surpreendeu a todos dando voz ao Homem Sereia, personagem de "Bob Esponja", no qual atuou até 2011.
Em 1973, em entrevista o New York Times, Borgnine falou sobre seus métodos de atuação: "Eu trabalho com meu coração e com minha cabeça, e as emoções fluem naturalmente".
Os últimos trabalhos de Borgnine foram realizados até este ano. O mais recente deles foi em "The Man Who Shook the Hand of Vicente Fernandez", em que ele desempenhou o papel de Rex Page, um homem velho que nunca se tornou famoso e que reclamava de uma vida sem significado.
Borgnine teve cinco mulheres e deixa quatro filhos.
Arte/Folhapress