- Do Correio Braziliense - Os participantes de planos de saúde coletivos por adesão tiveram nos últimos dias uma ingrata surpresa: receberam cartas com aumentos que chegam a quase 40%. Os reajustes são muito superiores ao concedido pelo governo para os planos individuais, limitado a 7,93%. Como se não bastasse, terão de lidar com outro problema. Na maioria dos casos, eles não têm a quem recorrer para tentar evitar o abuso, dada a ausência do governo na regulação dos preços cobrados dos usuários desse tipo de plano.
A comerciante Márcia Guimarães surpreendeu-se com o aumento de quase 20%: orçamento mais apertado.
Foto: Antônio Cunha/CB-DA Press.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que deveria resguardar os direitos dos consumidores, mantém-se à margem da questão e responde apenas pelos produtos individuais, que correspondem só a 17% do total de contratos feitos pelos brasileiros.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) informou, porém, que a fiscalização e a regulação cabem à ANS e que esse posicionamento já foi encaminhado formalmente à agência.
“Não é possível admitir que um serviço tão essencial continue sem a devida fiscalização do Estado. A cada dia cresce o número de planos de adesão coletiva, pois as empresas acabam se aproveitando desse vácuo regulatório para desestimular a adesão aos planos individuais, que são regulamentados e fiscalizados pela ANS”, criticou a Senacon.