Nova regra sobre ligação telefônica deve valer em um mês
Estimativa é da Anatel; usuário terá 120 segundos para refazer a chamada que havia caído
- Por Ayr Aliski, da Agência Estado - A nova regra que impedirá as teles de cobrar nova chamada quando a ligação cair deve entrar em vigor efetivamente dentro de 30 dias. A estimativa foi apresentada nesta quarta-feira pelo conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Marcelo Bechara. A decisão da Anatel de mudar a regra de tarifação nos momentos de queda de chamadas foi antecipada pela Agência Estado.
O usuário terá 120 segundos para refazer a chamada que havia caído e todo esse processo será considerado como uma só ligação. Segundo Bechara, a proposta de mudança deverá entrar em audiência publica na quinta-feira.
Na prática, o usuário de telefone celular poderá realizar novamente a chamada no caso de a ligação cair, seja qual for o motivo da interrupção. A regra valerá da mesma forma caso a ligação caia por falta de bateria ou por problemas na rede da operadora. "Quando uma pessoa liga para outra em um prazo de dois minutos, não é porque quer falar de novo o que já falou, mas porque a ligação caiu", disse o conselheiro.
Com a alteração, serão atendidos a todos os tipos de planos (de cobrança por chamada ou por minuto) de todas as operadoras. A regra valerá para todos os contratos em vigor, explicou, assim como para planos pré e pós pagos. A norma anterior atendia somente aos planos básicos, que hoje são residuais no mercado. "É uma abordagem alinhada com a nova realidade da oferta massiva de plano", disse o conselheiro. Ele admitiu que também foram considerados resultados de fiscalização da Anatel na elaboração da proposta.
"O que o usuário quer é que a chamada não caia e, se cair, que ele não seja penalizado por isso", disse o conselheiro. Bechara ressaltou que a Anatel não focou a medida na economia de dinheiro para o consumidor.
"Queremos que o consumidor não tenha prejuízo", disse.
Conforme explicou, a ideia é promover uma alteração no regulamento do Serviço Móvel Pessoal. A mudança principal é o acréscimo do
artigo 39-A.
"Caso haja chamadas sucessivas, consideradas essas efetuadas entre o mesmo código de acesso e de destino, e o tempo compreendido entre o final da chamada e o início da seguinte for inferior ou igual a 120 segundos, devem ser consideradas como sendo uma única chamada", propõe o novo artigo. Segundo Bechara, 120 segundos é um prazo suficiente para retomar a ligação.
A proposta terá de passar por audiência pública e por outros ritos dentro da Anatel, mas Bechara avalia que toda a tramitação não irá demorar. Por isso, estima que em um mês a nova regra já estará em vigor. "As empresas se preparem. As empresas vão ter de se ajustar."
TIMA TIM informa que concorda com a nova regra. Em nota, a empresa ressalta que pretende adotar um prazo maior para que seja feita essa retomada da ligação.
A empresa também informa que pretende antecipar a medida. A nova regra da Anatel só deverá valer dentro de aproximadamente um mês, depois de cumpridos alguns ritos, envolvendo inclusive uma audiência pública sobre o tema.
A TIM, no entanto, pretende oferecer essa solução a partir da próxima semana em Estados do Nordeste."A evolução tecnológica e de ofertas que a TIM liderou ao longo dos últimos anos acompanha, indiscutivelmente, a proposta da Anatel. Neste sentido, a empresa buscará se antecipar, iniciando já na próxima semana o processo de implementação da nova solução em seis estados da região Nordeste", diz Mario Girasole, vice-presidente de Assuntos Regulatórios e Institucionais, em nota. A TIM não informou, no entanto, quais serão os seis Estados inicialmente contemplados com a novidade.
O texto ressalta que a "TIM reafirma seu compromisso com a prestação de serviços de qualidade e segue com a execução do Plano de Ações de Melhoria, recentemente aprovado pela Anatel, que prevê dentre outras ações, a expansão da capacidade da rede de voz e dados". Até 2014, a empresa prevê investimentos de R$ 9,5 bilhões, sendo R$ 3,5 bilhões ainda este ano.