Paulo de Abreu, o empresário que ofereceu salário de R$ 20 mil ao petista, tenta viabilizar no Ministério das Comunicações a reabertura do canal cassado durante o regime militar.
Por João Valadares e Paulo de Tarso LyraCorreio BrazilienseO empresário
Paulo de Abreu, que contratou o ex-ministro José Dirceu para gerenciar o
hotel Saint Peter por um salário de R$ 20 mil, reuniu-se com o ministro das Comunicações, o petista
Paulo Bernardo, na manhã de 23 de setembro, para tentar agilizar o processo de reativação da
TV Excelsior.A reabertura do canal, cassado em setembro de 1970 durante o regime militar, é um velho desejo do empresário. O processo está em análise no Ministério das Comunicações há dois anos. Paulo de Abreu sabe que, para realizar o sonho antigo, mesmo após a aprovação, é necessário um decreto presidencial de anistia a favor do canal de televisão.
Fachada do hotel Saint Peter: Dirceu usou Estatuto do Idoso para pedir prioridade na análise de sua solicitação
Foto: Carlos Silva/CB/D.A Press - 27/11/13.
A reunião consta na agenda oficial do ministro. O advogado e ex-deputado
Sigmaringa Seixas, amigo do ex-presidente
Lula e bastante ligado à presidente
Dilma Rousseff, acompanhou o empresário durante o encontro com Paulo Bernardo.
Na ocasião, o secretário executivo interino da pasta,
Genildo Lins, também esteve presente. Sigmaringa confirma que foi contactado pela família Abreu para ajudar no processo de reabilitação da TV Excelsior.
Ele explicou que outro canal de televisão, cassado durante o regime militar, foi anistiado durante o governo Fernando Henrique Cardoso e que não há nada de ilegal no pleito.
Interlocutores do setor de comunicações ouvidos pelo Correio acham que, ao conceder emprego para Dirceu, Paulo de Abreu enterrou as chances de conseguir êxito. “Dirceu não conseguiria ajudá-lo nem solto, imagine preso.”
O Correio tentou entrar em contato com o Ministério das Comunicações, por meio da assessoria de imprensa. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido localizado para comentar o assunto. A advogada do empresário,
Rosane Ribeiro, não respondeu aos questionamentos encaminhados pela reportagem.