Durante a invasão, 178 cachorros da raça beagle foram levados do laboratório por ativistas.
Da Agência BrasilSão Paulo – Após a invasão de ativistas contrários à prática de testes laboratoriais em animais, ocorrida no dia 18 de outubro, o Instituto Royal decidiu encerrar as atividades do laboratório no município de São Roque, no interior paulista.
Em comunicado, divulgado nesta quarta-feira (6/11), a instituição justifica o fechamento informando que a atuação do instituto está comprometida pela "perda de quase todo o plantel de animais e de aproximadamente uma década de pesquisas". Além disso, aponta que a "persistente instabilidade e a crise de segurança colocam em risco permanente a integridade física e moral de seus colaboradores".
Durante a invasão, 178 cachorros da raça beagle foram levados do laboratório por ativistas contrários à prática de testes laboratoriais em animais. Foto: Avener Prado/Divulgação.
A Polícia Civil abriu dois inquéritos para investigar a atuação dos ativistas e do instituto. Um dos inquéritos investiga a denúncia de maus-tratos. O segundo, a ocorrência de furto qualificado e danos ao patrimônio praticados pelos manifestantes durante a invasão.
O instituto informou que os funcionários serão desligados e que será mantido somente o Comitê de Ética formado por colaboradores do laboratório, do qual participam veterinários, biólogos e membros da Sociedade Protetora dos Animais. O encaminhamento a ser dado aos animais remanescentes, que ainda estão sob os cuidados da empresa, será decidido com os órgãos regulatórios.
Os ativistas acusam o Instituto Royal de maltratar cães, coelhos, ratos e outros animais usados em pesquisas científicas.
O laboratório voltou a criticar a ação violenta dos ativistas. A empresa nega que houvessem irregularidades no procedimento e disse que a invasão foi resultado de inverdades disseminadas de forma irresponsável. "As consequências dos atos advindos dessa equação resultaram não somente em prejuízo para a instituição, que fecha suas portas, mas também e mais gravemente para a sociedade brasileira, que assiste à inutilização de importantes pesquisas em benefício da vida humana", assinala a nota.