Frejat e Filippelli terão papel de destaque no GDF, caso sejam eleitos
Fonte: Correio Braziliense
As duas chapas em melhor posição na disputa eleitoral ao Executivo local têm vices com pretensões ambiciosas na próxima administração. Escolhidos estrategicamente pelo partido que integram e pelo perfil político,
Tadeu Filippelli (PMDB) e
Jofran Frejat (PR) não serão meros coadjuvantes em eventuais governos de
Agnelo Queiroz (PT) ou de
Joaquim Roriz (PSC), respectivamente. Pelos compromissos assumidos até agora na campanha, os dois terão papéis importantes em áreas cruciais como parceiros na tomada de decisões e na divisão do poder.
Com a experiência de ter sido durante oito anos — entre 1999 e 2006 — o grande responsável pelas obras no Distrito Federal,
Filippelli deve exercer influência no setor comparável à que sempre manteve nos governos de Roriz, caso Agnelo vença as eleições. Secretário de Saúde em gestões de Roriz,
Frejat vai administrar um dos principais problemas na capital do país, que passa pela melhoria da qualidade do atendimento de hospitais públicos, caso sua chapa saia vitoriosa no pleito de outubro. Frejat não será o titular da pasta, mas as decisões administrativas ficarão sob sua responsabilidade.
Além da gestão da rotina das unidades de atendimento já existentes, Frejat vai coordenar o projeto Cidade da Saúde, que prevê a criação de hospitais de excelência na região onde o governo Arruda estudava construir o Setor Habitacional Catetinho, às margens da BR-040. O projeto será uma das principais vitrines do programa eleitoral de Roriz a partir do próximo dia 17. Para Frejat, os rorizistas têm ainda ideias mais estratégicas.
Ele é o plano B do grupo político. Caso a candidatura do ex-governador seja vetada pela Lei da Ficha Limpa, como espera o procurador regional eleitoral do DF, Renato Brill, Frejat deverá assumir o posto de concorrente ao Palácio do Buriti.
Articulação políticaA participação de Filippelli no governo petista também não deverá ficar restrita à esfera administrativa. Os aliados de Agnelo esperam de Filippelli um trabalho de articulação política, com negociações na esfera federal e na composição da base aliada na Câmara Legislativa. Para alcançar os 16 votos confortáveis para aprovação de projetos na Casa, Agnelo terá de fazer uma aliança com partidos que orbitam no grupo político comandando por Filippelli, como PHS, PRP, PTC e o PMDB. “Serei extremamente cuidadoso e respeitoso, mas estarei à disposição para o que puder contribuir. Não gostaria de ficar sem função no governo. Esse não é o meu perfil”, disse o candidato a vice na chapa de Agnelo. “Poderia ajudar em contribuições no sistema de transporte, habitação, infraestrutura, desde que isso não cause constrangimento com os partidos aliados ou conflitos internos”, acrescentou.
Prestígio federal
Uma das principais atribuições destinadas ao presidente do PMDB, Tadeu Filippelli, em eventual governo de Agnelo, será ampliar o leque de relações políticas na esfera federal, principalmente se a petista Dilma Rousseff vencer as eleições, ao lado de seu vice, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP). Nos últimos quatro anos, Filippelli conseguiu construir um projeto alternativo ao de Roriz, de quem foi um dos principais aliados políticos, graças à relação que construiu na cúpula de seu partido. A legenda provavelmente terá espaço também em eventual governo do tucano José Serra.
A força de Filippelli ficou demonstrada quando evitou uma intervenção nacional no partido que beneficiaria a candidatura de Roriz ao GDF e na convenção regional, em junho, que avalizou a aliança com o PT, contra a vontade do governador Rogério Rosso (PMDB). Ontem, Filippelli voltou a demonstrar prestígio. É dele a indicação do novo presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Davi José de Mattos. A nomeação do presidente Lula deve ser publicada no Diário Oficial da União de hoje.
Pessoa da confiança de Filippelli, Mattos chegou a assumir a Secretaria de Obras no governo tampão. Não tomou posse por causa dos desentendimentos entre Filippelli e Rosso na convenção do PMDB. “Filippelli tem muitos contatos no Congresso e poderá nos ajudar a abrir ainda mais canais de comunicação da eventual administração de Agnelo no governo de Dilma”, aposta o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB), candidato ao Senado.