A situação da liberdade de imprensa em diversos países está se deteriorando. O "sistema" não aceita deixar fora de seu controle os serviços de informação. Hoje, praticamente tudo que se escreve e se publica, inclusive este texto que você lê neste momento, é imediatamente analisado, não só pelos leitores comuns, como também por diversos serviços de "informação" de diversos setores. Tudo porque o "sistema" foi montado para monitorar tudo o que acontece. Quem leu o livro "1984" de George Owell, escrito na década de 30 do século passado, encontra uma máquina que controlava toda a vida das pessoas, o "Big Brother" (daí o nome do programa global). Em o Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, lançado em 1941, também lemos uma sociedade totalmente controlada. Isto mostra que hã mais de 70 anos já havia a preocupação com o "controle" da liberdade no Ocidente. Agora nos chega a notícia abaixo, onde na Itália se trava uma verdadeira guerra contra a Imprensa e serviços de comunicação, de modo a "controlar" a liberdade de informação. Isto se torna mais sério, quando vemos que aqui no Brasil o Jornal O Estado de São Paulo está há 345 dias sob censura. Um sério precedente, que nos alerta para os "atos falhos" dos candidatos a presidência do Brasil ou de seus correligionários, onde eventualmente deixam escapar suas preocupações com o trabalho da imprensa na cobertura de suas campanhas procurando impedir os trabalhos de repórteres ou apresentadores, como foi o fato da agressão sofrida pela equipe do programa CQC durante um evento da candidata Dilma Roussef.Berlusconi diz que liberdade de imprensa não é "direito absoluto"
O primeiro-ministro da Itália,
Silvio Berlusconi, voltou a atacar hoje a imprensa e a esquerda de seu país ao declarar que invocam a liberdade de imprensa como se fosse um "direito absoluto" e acrescentou que tais direitos "não existem" na democracia.
Em mensagem à associação Promotores da Liberdade, pertencente ao seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), Berlusconi pediu a seus simpatizantes para que o ajudem a dar fim à "mordaça imposta à verdade" por uma imprensa alinhada com a esquerda e hostil ao Governo.
"Uma imprensa que desinforma, que não só distorce a realidade, mas também pisoteia sistematicamente no sagrado direito à privacidade dos cidadãos invocando a liberdade de imprensa como se fosse um direito absoluto.
Mas na democracia não existem direitos absolutos, já que todos os direitos encontram um limite em outros direitos igualmente válidos", disse Berlusconi.
Ontem, parte dos veículos de comunicação da Itália interrompeu suas atividades como forma de protesto contra a 'lei da mordaça' proposta pelo Governo e que limita o uso e difusão de escutas telefônicas das investigações oficiais.
A maioria dos jornais italianos não saiu ontem, enquanto rádios e televisões não transmitiram noticiários.A lei, que está em trâmite no Parlamento italiano, estabelece, entre outras medidas, penas de até 30 dias de prisão ou multas de até dez mil euros (US$ 12.600) para os jornalistas que publicarem escutas durante as investigações.
Em sua mensagem, Berlusconi também defendeu o plano de ajuste econômico proposto por seu Executivo, que prevê uma economia de quase 25 bilhões de euros (US$ 31,5 bilhões) para os próximos dois anos e que levantou muitas críticas entre políticos e a população.
O chefe do Governo italiano disse que se trata de uma medida "absolutamente necessária" que se ajusta ao pedido da União Europeia (UE) de reduzir o déficit público.
Berlusconi se mostrou otimista sobre a situação econômica na Itália ao afirmar que a "recuperação" está "confirmada" por todos os estudos estatísticos e se referiu a dados como o aumento de 0,5% na produção industrial durante o primeiro trimestre de 2010