Veterinária denuncia omissão no socorro à fauna em áreas de risco no Rio
Da Agência BrasilRio de Janeiro - A veterinária Andrea Lambert, da Comissão Especial de Defesa e Proteção Animal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), denunciou neste domingo (23) a omissão dos governos municipais no socorro aos animais que se encontram em áreas de risco na serra fluminense, após as fortes chuvas que devastaram a região há 12 dias.“Quando acontecem esses desastres naturais, não há nenhum envolvimento do Poder Público em relação ao resgate dos animais. Pelo contrário. Eles até se recusam a socorrer os animais, que ficam abandonados nas áreas de risco”, disse Andrea.Essa atitude, afirmou a veterinária, fere as constituições federal e estadual. “Ele (o governo municipal) é omisso até em nível constitucional. Está na Constituição proteger a fauna. É dever dele”. Segundo Andrea, o único apoio foi recebido do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), vinculado à Secretaria do Ambiente do Estado do Rio.
A Comissão Especial da Alerj entrou em contato com organizações não governamentais (ONGs) protetoras de animais e está apoiando o trabalho de resgate. “Tudo sem nenhum apoio da prefeitura, como geralmente acontece”, enfatizou Andrea. Os cães e gatos, entre outros animais abandonados, estão sendo encaminhados pelas ONGs para abrigos montados em galpões e centros integrados de Educação Pública (CIEPs), onde recebem doações de pessoas sensíveis à causa.Andréa Lambert informou que no Vale do Cuiabá, distrito de Itaipava, na cidade de Petrópolis, a comissão da Alerj esteve vistoriando a situação dos haras, por solicitação do Inea. Constatou que os próprios proprietários se encarregaram de enviar veterinários à região para atender os cavalos feridos e providenciar os cuidados necessários.Segundo ela, no restante das áreas de risco, “continua a omissão” por parte das administrações municipais. A comissão da Alerj vai realizar novas visitas à região serrana para avaliar as condições de socorro aos animais, sempre que for solicitada.Andrea observou que a comissão não tem função executiva, mas somente fiscalizadora. “A gente está tentando melhorar as condições dos protetores para que eles façam um dever que nem é deles. É do governo, da prefeitura”.Hoje (23), foram realizadas no Rio feiras para adoção de animais resgatados das chuvas na região serrana. No Parcão da Lagoa, zona sul da cidade, somente de manhã foram distribuídas cerca de 300 senhas para a adoção de 40 animais. O organizador da feira, Marco Antonio Totó, anunciou que a partir de 5 de fevereiro as feiras serão realizadas em todos os bairros das zonas sul e oeste cariocas, com o objetivo de reduzir a superlotação de animais nos abrigos dos municípios afetados pela tragédia.