Governador comenta existência de máfia dos consignados na gestão anterior.
- Por Tony Zucco e Agecom/GO - O governador de Goiás, Marconi Perillo deu uma entrevista no eventos de hoje (17/01) na Praça Cívica em Goiânia, em visita ao movimento de arrecadar donativos para as vítimas da tragédia das chuva no Rio de Janeiro.Marconi falou sobre os principais assuntos que movimentam as conversas sobre seu governo:
Governador, o objetivo do governo do estado de lançar esta campanha aqui para arrecadar donativos para as vítimas do Rio de Janeiro ...Os goianos sempre foram muitos solidários em todos os momentos de dificuldade de irmãos nossos aqui no Brasil e no exterior. Os fluminenses vivem um drama muito grande nesses últimos dias - vivearam e vivem – por conta da intensa precipitação pluviométrica, intensa chuva, que se abate sobre o Rio de Janeiro, especialmente na região serrana. Esta é uma demonstração de que o Governo de Goiás não se omite numa hora tão difícil para os nossos irmãos do Rio de Janeiro. É importante também levar em consideração as dificuldades que existem hoje: as informações que temos dão conta de que não há galpão, alojamento para produtos não perecíveis. Os produtos que têm que ser doados e enviados são produtos como água, alimentos para consumo rápido, material de higiene, material de limpeza, e também empresas para transportar os produtos que serão arrecadados.
Falando agora acerca das contas do estado. Hoje saiu uma reportagem do Diário da Manhã falando de um rombo na questão dos consignados que tem inclusive funcionários fantasmas que foram beneficiados pelo governo anterior com esses empréstimos consignados. Como o senhor avalia esta situação?Olha, são muitas as situações que vão exigir de todos nós trabalhos, auditorias minuciosas, envio de matérias para o exame e a manifestação do Ministério Público, do Tribunal de Contas. Infelizmente, nos deparamos com muitos absurdos, com muitos desvios, com muitos problemas que foram gestados na gestão anterior. Além do que foi desviado da folha para o pagamento de empreiteiros, nós, a cada momento, nos deparamos com mais problemas, com mais falcatruas, com mais desvios, com mais irregularidades. Nós vamos remeter isso tudo ao Ministério Público que é a instância adequada para investigar e punir.
Sobre a reforma administrativa, o senhor aguarda que ela seja aprovada ainda esta semana? Parece que o senhor vai dar um prazo para os deputados para isso ser aprovado?Os deputados tem todo o tempo suficiente para aprovar. A convocação extraordinária se estende até o final do mês. O que nós esperamos é que a reforma seja aprovada, os deputados têm liberdade para examinar todos os pontos da reforma. O que nós queremos com este projeto é dar eficiência à administração pública.
Vai ser possível pagar as duas folhas, ainda este mês?Olha, é muito difícil. Nós estamos fazendo um esforço muito grande para atenuar o impacto do não pagamento da folha do mês de dezembro. Já estamos com recursos para o pagamento de uma folha. Estamos conversando com o MP que nos deu prazo até o dia 19 para apresentarmos um cronograma de pagamentos. Mas a situação é muito difícil, nós não temos dinheiro para nada. Quando divulgamos a suspensão temporária, por exemplo, do programa Renda Cidadã, não fizemos por maldade, fizemos porque não temos dinheiro e porque também temos denúncias sérias de desvios das finalidades do programa Renda Cidadã para a questão política. Então, nós estamos pedindo um prazo de 3 meses para um recadastramento global e para, também, viabilizarmos financeiramente as condições para o pagamento do programa.
Diante dos problemas, governador, qual é a previsão para controlar as finanças do estado?Nós achamos que vamos gastar o ano inteiro para colocarmos em ordem as finanças. O governo, por exemplo, parece-me que não cumpriu as metas principais do ajuste fiscal relativo ao ano passado. É mais um agravante. Se isso aconteceu, certamente nós seremos multados, teremos mais problemas ainda. De tal sorte, que nós não vamos ficar chorando sobre o passado, mas temos que resolver questões urgentes como, por exemplo, o problema da Celg, da Iquego, da Metrobus, de outras empresas. A situação crítica e caótica não diz respeito só à administração direta. Nós temos outros problemas que serão enfrentados, já estão sendo enfrentados e, se Deus quiser, serão vencidos.
E especialmente em relação à Saúde e Educação, alguma orientação especial?Os nossos secretários são preparados, são competentes, estão trabalhando para cumprirem os nossos compromissos de campanha e dar uma prestação de serviço do que merecem e necessitam os goianos.
O senhor acha que o governo anterior desviou verba carimbada, governador ?Eu não acho. Nós estamos analisando isso, estamos investigando.
Agora outro assunto: o pagamento dos servidores públicos, o pagamento do atrasado, previsão?Nós temos um prazo até o dia 19, pactuado com o Ministério Público, para apresentarmos um calendário, um cronograma de quitação do mês de dezembro que não foi pago pelo governo anterior e pagamento do mês de janeiro. Todos sabem que tenho em relação a cumprimento de compromissos, pagamento de folha, muito rigor. Eu instituí o pagamento do 13º no mês do aniversário do servidor no início de 99, quando assumi o governo pela primeira vez. Eu também instituí o pagamento dos funcionários antes do mês vencido, no mês vencendo. E se tem uma coisa que me preocupa hoje, que me faz até perder sono, é resolver esse problema: do não- pagamento do mês de dezembro.
Mas este cronograma, o senhor pode adiantar?Não. Nós estamos trabalhando nesses dias a viabilização até mesmo de empréstimo para que haja uma solução definitiva. De qualquer maneira, como ainda não viabilizamos os recursos todos, julgamos ainda muito cedo para uma informação mais precisa. De qualquer maneira, o nosso prazo é no dia 19, e no dia 19 nós vamos apresentar esse cronograma.