- Do Correio Braziliense - A indústria da construção civil do Distrito Federal terá cerca de R$ 500 milhões em crédito pelo Banco de Brasília (BRB)
Os principais objetivos da liberação do dinheiro são atender à demanda de pequenos e médios empresários do setor por capital de giro, e viabilizar as e obras públicas previstas pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
A criação de duas linhas de financiamento, com juros reduzidos e prazos maiores, foi oficializada por meio da assinatura de um convênio entre BRB, GDF e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF). Somente empreendedores filiados à entidade ou à Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco) poderão pleitear o dinheiro sob condições facilitadas. Até o momento, 60 de um universo de 370 empresários manifestaram interesse.
O presidente do BRB, Edmilson Gama, afirmou que a oferta de recursos para a construção é parte da política de estímulo produtivo do governo de Agnelo Queiroz (PT). “A gente, como banco público, é sempre calcado na diretriz do acionista maior, que é o GDF”, disse. Presente à assinatura do convênio, o governador Agnelo Queiroz declarou que a intenção é estimular o desenvolvimento econômico local. “A construção é uma área importantíssima da economia do DF e por isso a iniciativa.”
O presidente do BRB explicou que, do montante destinado pela instituição financeira aos empresários da construção civil, R$ 250 milhões serão para capital de giro, que terá prazo de até 36 meses e juros de 1,8% ao mês. As condições normais seriam 24 parcelas e juros mensais de 3,25%. A outra metade do dinheiro será para a modalidade antecipação de recebíveis — ou seja, saque antecipado de recursos contratados com o GDF —, nas opções crédito rotativo ou nota promissória. Para essa forma de crédito, a taxa de juros foi amortizada de 2,25% para 1,8%.
ConcorrênciaApesar de o crédito ter em mira as obras públicas, os recursos não devem ser usados na infraestrutura para o Mundial de 2014. “É mais para pequenas e médias obras. Um evento como a Copa demanda volume financeiro muito maior”, comentou Júlio César Peres, presidente do Sinduscon-DF. Agnelo Queiroz reforçou a declaração de Peres. O governador esclareceu que o objetivo é permitir que “pequenas e médias empresas concorram (às licitações) e tenham êxito”.
Para o economista Adolfo Sachsida, professor da Universidade Católica de Brasília, a princípio, a estratégia de fortalecer as construtoras com crédito é benéfica ao mercado local, mas pode haver efeitos colaterais. “Se as empresas utilizarem os recursos para construir mais imóveis, a oferta vai aumentar e segurar os preços, que estão muito altos. Por esse lado, é uma medida inteligente. Mas há a possibilidade de, uma vez na posse desse dinheiro, a empresa liberar financiamentos ao cliente. Nesse caso, você mantém o mercado superaquecido. O governo federal liberou muito crédito ao consumidor nos últimos anos, e, daí, veio a valorização dos imóveis que vemos hoje”, analisa.
Segundo o presidente do BRB, Edmilson Gama, a construção civil não será o único segmento da economia local contemplado com crédito facilitado. Ele destacou que existe um convênio semelhante ao firmado com o Sinduscon em vias de ser assinado com a Associação Comercial do DF (ACDF), além de outros em negociação com o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sindhobar), Federação dos Agricultores do Distrito Federal e Entorno e com empresários do ramo de panificação. “Estamos fazendo um trabalho de aproximação com todos os setores que geram emprego e renda, para vermos suas necessidades. Cada segmento tem as suas características e interesses.”
Movimento rápidoO capital de giro é um recurso de rápida renovação, disponível na forma de dinheiro, crédito ou estoques. Ele corresponde ao capital necessário para financiar a continuidade das operações de uma empresa — tais como vendas a prazo para os clientes, manutenção de estoques e pagamento aos fornecedores
Confira como funciona o crédito do BRB para a construçãoModalidadesCapital de giro:» Juros a 1,8% ao mês» Parcelamento em até 36 vezes
Antecipação de recebíveis:» Juros de 1,8% ao mês» Desconto do valor antecipado na hora de receber o crédito
Quem pode solicitar» Empresas filiadas ao Sinduscon e à Abrasco