- Do Correio Braziliense -Está confirmada mais uma morte relacionada ao contágio pela bactéria Streptococcus pyogenes no Distrito Federal
Laudo concluído pelo Laboratório Central de Saúde do DF (Lacen) comprovou que Davi Pereira Gomes Severo, 6 anos, morreu em decorrência da infecção provocada pelo micro-organismo.
A subsecretária de Vigilância em Saúde, Cláudia Cunha, explicou que o menino estava com a saúde debilitada, em função de uma varicela, quando foi contaminado. Apesar da confirmação de um novo caso, a Secretaria de Saúde reassegura que a capital não enfrenta um surto da doença.
Davi era aluno da Escola Classe da 305 Sul e morreu em 8 de outubro, depois de ser levado com sintomas de catapora e virose ao Hospital Regional do Guará.
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que, ao dar entrada no hospital, o garoto foi tratado com penicilina, mas as ações indicadas para a cura da bactéria não foram suficientes. O quadro clínico de Davi evoluiu e ele foi encaminhado para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Depois de realizar exames, foi detectada a broncopneumonia grave bilateral — uma pneumonia que atinge os dois pulmões. Ele não reagiu aos medicamentos e teve uma parada cardiorrespiratória. Logo após a morte do garoto, o hospital enviou material para análise da Vigilância Epidemiológica, confirmando a presença da bactéria.
A subsecretária afirmou que os quatro casos são isolados e que há uma investigação para obter mais informações sobre o micro-organismos. Segundo ela, um surto só pode ser considerado caso ocorra um crescimento importante no número de casos e da circulação do germe na população.
Agressividade
As infecções causadas pela Streptococcus pyogenes foram identificadas entre agosto e outubro deste ano. Em todos os casos, as pessoas morreram em apenas 24 horas. A preocupação com a agressividade do micro-organismo motivou a divulgação de duas notas técnicas da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde em toda a rede hospitalar do DF. As recomendações enviadas anteriormente são reforçadas pela Secretaria.
Para evitar o contágio, é fundamental fazer corretamente a higienização pessoal, de alimentos e de locais públicos. A bactéria pode ser transmitida pelo contato com lesões de pele infeccionadas ou gotículas de saliva expelidas pela boca ou pelo nariz.
A ação preventiva e a atuação médica correta podem impedir que casos de contaminação terminem em tragédias, como as vividas pelas famílias das quatro vítimas confirmadas.
De acordo com Cláudia Cunha, caso os sintomas sejam identificados é necessário procurar um hospital. “Não existem medidas muito específicas para evitar o contágio. Cerca de 15% da população pode abrigar o germe ou a bactéria sem que isso evolua para algo mais grave.
Os cuidados gerais são com a higiene, com atitudes como lavar as mãos, manter os ambientes limpos e lavar os alimentos”, ressaltou.
A diretora da Regional de Ensino do Plano Piloto, Roberta Callaça, enfatiza que deve fazer, ainda esta semana, uma reunião com pais e alunos que tiveram contato com Davi Pereira. O menino estudava na Escola Classe 305 Sul, mas também tinha aulas na Escola Parque 308 Sul. A partir de agora, serão intensificadas as recomendações para funcionários higienizarem banheiros, salas e pátios.
“Até o momento, nenhuma criança que teve contato com o garoto apresentou sintomas da doença. Há um monitoramento constante da saúde dos alunos. Se eles faltam às aulas ligamos para os pais para saber o porquê”, afirmou Roberta Callaça. Segundo ela, os precauções vão continuar. “Vamos marcar uma data para essa reunião e instruiremos a comunidade”, complementou.
Infecção aguda
Também conhecida como catapora, é uma doença infecciosa aguda, comum na infância e altamente transmissível. Ela entra no corpo pela faringe ou pela conjuntiva. Se multiplica e é disseminada pelo sangue, até a pele. O período de incubação até o surgimento de feridas é de 12 dias. A transmissão se dá pelas vias aéreas, por espirro ou tosse.