- Do G1 DF - Entidade teria recebido R$ 95 mil de projeto da Secretaria de Esportes do DF
Projeto não passou por análise e não apresentou comprovantes de gastos.
Uma das entidades sociais dirigidas pelo policial militar João Dias Ferreira, que delatou o suposto esquema de corrupção no Ministério do Esporte, é investigada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal desde 2008.
De acordo com o tribunal, a Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal repassou R$ 95 mil, em 2002, à Federação Brasiliense de Kung Fu para a realização do projeto “Esporte sem Fronteiras – A Saúde em Primeiro Lugar”.
Segundo o TCDF,
os recursos foram repassados sem a análise do projeto e sem a assinatura de um ajuste formal estabelecendo as obrigações das partes e o prazo para a execução. Conforme informações do tribunal, a federação tentou comprovar a execução do projeto apresentando uma prestação de contas dos recursos recebidos, mas a documentação foi considerada incompleta.
Não havia, por exemplo, demonstração do pagamento da única nota fiscal apresentada. Também não foram entregues o extrato bancário para demonstrar a movimentação dos recursos, nem os documentos confirmando a realização do projeto. A reportagem do G1 procurou os advogados de Dias Ferreira e aguarda retorno.
O Tribunal de Contas considerou como responsáveis pelo prejuízo aos cofres público Dias Ferreira, o então secretário de Esportes do DF na época e dois servidores da secretaria, por terem autorizado a emissão de nota de empenho, efetuado o pagamento e ratificado a inexigibilidade de licitação em favor da federação. O TCDF não informou o nome do ex-secretário que autorizou a liberação de verbas – em 2002, o DF teve dois ocupantes da pasta. O G1 tentou contato com um dos ex-secretários mas não obteve retorno. O outro ex-ocupante do cargo não foi localizado.
Saiba mais
Presidida por Dias Ferreira, a Federação Brasiliense de Kung Fu seria uma das entidades que receberam irregularmente recursos do programa Segundo Tempo, que visa incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes, de forma irregular.
Conforme a edição da revista "
Veja" desta semana, o suposto esquema teria desviado cerca de R$ 40 milhões da pasta nos últimos oito anos. As entidades, diz a denúncia de "Veja", só recebiam a verba após o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor do convênio.
Dias Ferreira afirmou que o ministro Orlando Silva teria comandando o esquema. Silva nega as acusações.