- Da Folha.Uol - Louro José não foi julgado culpado. Nem inocente. Mas foi julgado
Desembargador José Carlos Ferreira Alves, da 2ª Câmara de Direito Privado de São Paulo, votou pela anulação, em segunda instância, do processo que envolve o papagaio de espuma.
Fiel escudeiro da apresentadora Ana Maria Braga desde 1997, Louro José virou alvo de disputa em 2004, quando os artistas Antonio Marcos Costa de Lima e Renato Aparecido Gomes resolveram reivindicar a autoria do boneco -registrado em nome de Ana Maria e Carlos Madrulha, seu empresário.Desenhos originais do Louro José, de autoria da dupla Lima e Gomes: Croquis do boneco Louro josé de autoria da Display Set.
Em 2005, Lima e Gomes --especialistas em criar bonecos para programas infantis-- venceram a ação em primeira instância.
Por lei, o direito de imagem é de quem desenha, e não de quem concebe.Madrulha apelou ao Tribunal de Justiça, onde a ação permaneceu por seis anos, até ser anulada, em maio, por falta de provas. Na prática, isso significa que o caso, que corre em segredo de justiça, volta à estaca zero.
Louro José em 1998, quando Ana Maria Braga apresentava o programa Note e Anote na Record.
Sérgio Fama D'Antino, advogado de Carlos Madrulha e Ana Maria Braga, se diz contente com a decisão: "Agora haverá uma instrução das provas, que é o que pleiteamos na acusação".
Márcio Carvalho da Silva, defensor dos artistas Lima e Gomes, também comemora: "O juiz de primeira instância achou suficiente julgar com base em declarações da Ana Maria Braga na TV [onde, supostamente, ele teria dito não saber desenhar]. Julgamento antecipado é uma caixinha de surpresas."
Ensaio do papagaio Louro José feito para a Serafina, em maio de 2010, pelo fotógrafo Christian Gaul.
Caso percam a ação, Ana Maria e Madrulha terão que pagar uma multa retroativa pelos 14 anos em que o papagaio esteve na TV.
Procurada, Ana Maria não quis se declarar.
A Globo diz que "não comenta questões sub judice e, neste caso, não é parte no processo".