- Do Zero Hora/Rádio Gaúcha - Aliados de Rita Sanco prometem recorrer ao Judiciário
Em uma sessão tumultuada que durou mais de 30 horas, Rita Sanco, a prefeita de Gravataí no Rio Grande do Sul, e seu vice, Cristiano Kingeski, ambos do PT, tiveram os mandatos cassados pela Câmara Municipal.
A sessão precisou ser interrompida por alguns instantes no final da madrugada deste sábado. O plenário teve de ser evacuado após a suspeita de que um homem estaria armado. Em seguida, todos que ingressaram de volta na sessão precisaram passar por detector de metais.
A partir de um pedido da defesa da prefeitura e do vice, a leitura do processo se estendeu até as 6h20min. Vereadores aliados e de oposição se revezaram na tribuna até as 9h20min, quando iniciou a manifestação da defesa de Rita e de Kingeski.
Durante a manifestação do advogado da prefeitura, João Nascimento da Silva, a sessão teve de ser interrompida mais uma vez para que o deputado federal Ronaldo Zulke (PT) pudesse entrar no plenário com correligionários.
Em mais uma demonstração de uma sessão tensa, a vereadora Tânia Ferreira (PT) disse que teria sido ameaçada por um integrante da oposição. No final da manhã, policiais da Brigada Militar reforçaram a segurança no plenário.
A ação dos aliados de Rita para reverter os 10 votos garantidos pela oposição ganhou fôlego depois que o governo recebeu uma decisão liminar do Tribunal de Justiça. A prefeita e o vice pediram à Justiça que o presidente da Câmara, o vereador Nadir Rocha (PMDB), fosse impedido de votar por ser pessoa diretamente interessada na cassação, uma vez que assumirá o cargo de prefeito provisoriamente.
O pedido foi parcialmente acolhido, excluindo o direito de voto de Rocha, mas um detalhe no texto da decisão desagradou aos petistas: no despacho judicial constava que o presidente deveria ser substituído pelo suplente. Com isso, a oposição manteve os 10 votos.
Para o vereador Carlito Nicolait (PT), nenhum dos vereadores de oposição analisou o mérito:
— É um conjunto de denúncias vazias, que não se sustentam. É um julgamento político que na nossa compreensão ataca a democracia.
Na avaliação do vereador Márcio Souza (PV), a cassação de Rita Sanco "servirá de referência para os Legislativos de todo o Brasil".
— As Câmaras não costumam se debruçar sobre isso, esperam recomendações dos Tribunais de Contas.
Aliados da prefeita prometem recorrer ao Judiciário "imediatamente" para reverter a decisão da Câmara.