- Do O Globo.com - Dos cinco ministros demitidos pela presidente Dilma Rousseff em meio a denúncias de irregularidades, o ex-deputado Wagner Rossi (PMDB-SP) é o que está em situação mais grave
Na próxima semana, a Polícia Federal deverá indiciar o ex-ministro da Agricultura por formação de quadrilha, peculato e fraude em licitação. Wagner Rossi. Foto: André Dusek/AE.
O ex-ministro também será chamado para depor.
Rossi é acusado de beneficiar empresas de amigos no período em que esteve à frente do Ministério da Agricultura. O ex-secretário-executivo do ministério Milton Ortolan e o lobista Júlio Fróes também serão intimados para depor no mesmo inquérito.
Os outros quatro ex-ministros - Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Pedro Novais (Turismo) e Orlando Silva (Esporte) - também ainda devem explicações à Justiça.
Palocci responde a inquérito civil público.
Outro inquérito apura irregularidades cometidas no Ministério do Turismo quando a pasta era comandada por Pedro Novais.
Uma terceira investigação trata de fraudes cometidas no Ministério dos Transportes durante a gestão de Alfredo Nascimento. Orlando Silva, demitido do Ministério do Esporte, é alvo de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na semana passada, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a suposta participação de Orlando Silva em desvios de dinheiro público do programa Segundo Tempo, destinado ao incentivo à prática esportiva entre jovens e crianças. Como ele deixou o cargo, perdeu o direito ao foro especial.
A ministra Cármen Lúcia, relatora do caso, determinou a transferência do inquérito ao STJ.
Orlando será investigado junto com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PF), que também foi ministro do Esporte.
- Palocci, que deixou o governo em junho, é acusado de ter multiplicado seu patrimônio de forma vertiginosa entre 2006 e 2010, quando era deputado federal e dono de uma empresa de consultoria. Ele teria usado sua influência para garantir a empresas privadas contratos com o poder público, o que nega. O procurador-geral da República arquivou a parte criminal da investigação. No momento, o procurador da República no Distrito Federal Gustavo Velloso avalia se, diante de novos fatos, reabre o caso criminal. O inquérito civil tramita separadamente.
- Nascimento, senador, tem foro privilegiado;
- Wagner Rossi é investigado num inquérito aberto para apurar suposta fraude na contratação da Fundação São Paulo (Fundasp), na qual o nome da Fundação Getulio Vargas teria sido usado indevidamente. O contrato era de R$ 9,1 milhões. Também há outras três ações civis por improbidade administrativa apurando fraudes ocorridas no Ministério da Agricultura quando Rossi estava no comando.
Outro inquérito tenta desvendar o suposto superfaturamento em contratos de obras públicas no Ministério do Transporte que teriam o objetivo de alimentar os cofres do PR e de seus parlamentares. Alfredo Nascimento era ministro à época das irregularidades. Ele deixou o governo em julho e não é alvo declarado da investigação: como é senador, só poderia ser investigado em inquérito conduzido pelo STF.
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