- Do G1 DF -
Policial relatou a revista suposta irregularidade em repasse de verba a ONGs
Orlando Silva nega; Agnelo, que o antecedeu, também rejeita acusações.
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, informou por meio de nota na noite desta segunda-feira (17) que fazia “parte da rotina administrativa” do Ministério do Esporte o encaminhamento ao secretário-executivo da pasta das audiências que o ministro não conseguia atender.
A nota foi um esclarecimento às declarações do ministro Orlando Silva na Câmara dos Deputados nesta segunda sobre as supostas irregularidades apontadas pelo policial militar João Dias Ferreira no repasse de verbas a ONGs pelo programa Segundo Tempo, em 2005.
Em entrevista à revista "Veja", Ferreira acusa o ministro de ter recebido propina em repasses de verbas do ministério a ONGs. O ministro negou as acusações.
Orlando Silva disse que foi apresentado ao policial pelo governador do DF quando ocupava a secretaria-executiva do Ministério do Esporte. Na época, Agnelo era o ministro e Silva, o secretário-executivo da pasta.
Em entrevista no ministério, Orlando Silva disse ter sido apresentado por Agnelo ao policial, que comandava uma entidade esportiva que mantinha um projeto social e com a qual o ministério iria firmar convênio. "Quem apareceu aqui foi um dirigente de uma unidade esportiva. Agimos de boa-fé", disse.
“A única vez que encontrei esse caluniador foi no Ministério do Esporte.
Eu era secretário-executivo do então ministro Agnelo Queiroz, que havia recomendado que o recebesse e recomendado que fosse firmado o convênio com essa entidade aqui na cidade-satélite, me parece que de Sobradinho.
A outra entidade correspondeu ao mesmo esforço do DF, sugestão que Agnelo havia proposto de que fosse feito em 2006 um segundo convênio. Nós agimos de boa-fé. Ao longo da execução e a fiscalização [dos convênios] foi que se evidenciou as irregularidades”, afirmou o ministro.
Segundo Orlando Silva, o governador "é uma pessoa correta, bem intencionada, que defende o interesse público e que talvez tenha agido de boa-fé. Em um determinado momento, [ele] acreditou nas intenções nas manifestações, nas atitudes apresentadas por determinadas pessoas”.Na nota divulgada pelo governo do DF, Agnelo diz que era “impossível” ao ministro atender a todos os pedidos de audiência. “Por isso, diversos pedidos são reencaminhados ao secretário-executivo, no caso, à época, Orlando Silva. Portanto, o fato de Silva ter recebido João Dias não passou de um encaminhamento de rotina administrativa de atendimento no ministério.”
Entenda o casoSegundo reportagem publicada pela revista “Veja” neste final de semana, o policial militar João Dias Ferreira, preso pela Polícia Civil de Brasília em 2010, disse que Orlando Silva recebeu um pacote de dinheiro na garagem do ministério e teria comandado um esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, destinado a incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes.
O ministro negou as denúncias e disse que vai processar o policial.Ele relacionou as providências que adotou para responder à denúncia: pedidos de investigação à Polícia Federal e à Procuradoria Geral da República; pedido de audiência à Comissão de Ética Pública da Presidência da República; e comparecimento "no prazo mais breve possível" ao Congresso Nacional - nesta terça, ele será ouvido pelas comissões de Turismo e Desporto e de Fiscalização e Controle da Câmara.
"Não houve, não há e não haverá nenhuma prova das mentiras faladas por esse criminoso", declarou o ministro. Silva disse que, durante a semana, vai impetrar ação penal por calúnia e ação civil por dano moral contra os que, segundo ele, "armaram uma trama farsesca". "Vou até o último recurso judicial possível para defender a minha honra", declarou.